Wake de qualidade
Mundial no Brasil e inauguração de cable park. O Wakeboard está em alta por aqui
Trip acompanhou de perto o Ragga Wake World Series, a etapa do mundial de wakeboard que voltou para o Brasil depois de cinco anos, e de quebra ouviu dos atletas o que eles acham da inauguração do primeiro cable park da América do Sul, em Jaguariúna (SP)
Marreco tinha motivos para sair da água empolgado. Depois de encerrar sua seqüência de manobras na semifinal do Ragga Wake World Series, o wakeboarder pentacampeão brasileiro não podia se sentir diferente. Afinal, ele tinha acabado de garantir a quinta colocação na competição, a melhor posição que um brazuca já conseguiu numa etapa de mundial. E esse não era o único motivo. Marreco estava empolgado porque fazia cinco anos que uma etapa do mundial de wakeboard não acontecia no Brasil. "É importante para os gringos conhecerem nosso país, porque, às vezes, as pessoas olha de lá e dizem: 'No Brasil o wake é pequeno, não tem estrutura...' É bom pra eles verem que nós temos wake de qualidade", desabafou Marreco logo após sair da água, ainda molhado, em Nova Lima (MG).
Sim, temos wake de qualidade. Já é quase certo que Wake World Series volte para o Brasil pelos próximos três anos. E a comunidade do wakeboard esteve ainda mais eufórica esta semana por um motivo que vai além do retorno do mundial ao país. Foi inaugurado na última quinta em Jaguariúna, interior de São Paulo, o primeiro cable park da América do Sul. Para quem não faz idéia do que é um cable park, uma curta explicação. Um sistema de cabos é montado ao redor de um lago para que o atleta seja puxado para obstáculos espalhados pela água. O que isso significa? O tetracampeão brasileiro Marito Manzoli explica. "É uma coisa que se espalhou pelo mundo recentemente e tem sido responsável por multiplicar o número de praticantes, porque o acesso ao esporte fica muito mais fácil e mais barato. Até então você precisava de uma lancha pra praticar wake, agora não. Isso no mundo, historicamente, dá uma explodida na modalidade." Marreco completa. "Isso, na minha opinião, é a coisa mais importante que aconteceu pro esporte. Pessoas que nunca poderiam andar de wake, ou que nem sabiam o que é, vão andar. Vai crescer o wake pra caramba e vai trazer novos talentos. Tem muito moleque que vai passar o dia inteiro no cable."
Nos Estados Unidos, país dominante no esporte, pelo menos uma dezena de cable parks já estão funcionando. Além das condições naturais favoráveis, isso explica o porque dos 4,5 milhões de wakeboarders existentes no mundo, quase 3 milhões sejam norte americanos - como por exemplo o atual campeão mundial, Philip Soven, que também venceu essa última etapa brasileira. "Isso mostra a explosão do cable park não só nos Estados Unidos, mas no mundo inteiro. Virou quase uma outra modalidade dentro do wakeboard", explica Marito. Uma novidade que pode fazer mais gente pensar como Marreco: "Pretendo evoluir cada vez mais pra não ser mais o quinto do mundial, e sim o primeiro."