Verbo Visual
Walter Carvalho estreia filme em novembro e dá sugestões para a Trip direto de Nova York
Está no sangue. Walter começou a carreira ajudando o irmão, Vladimir, cineasta. O filho, Lula, vem se destacando no cenário do cinema brasileiro, também como diretor de fotografia. Na difícil arte de zooms e contraplanos, Walter foi de Trapalhões e Cazuza a uma estreita colaboração com seu xará, Walter Salles, inclusive no indefectível Central do Brasil. Também foi parceiro de Babenco (em Carandiru) e de outro xará, no sobrenome, Luiz Fernando Carvalho (em Lavoura arcaica). Em Budapeste, incursão sua como diretor, “a palavra surge como um dos personagens e sua expressão maior é o silêncio”. Nos últimos tempos, sempre esteve em cartaz, seja com Budapesrte, Erva do rato ou Doc, que estreia em novembro – mesmo mês em que chega às telas O homem que engarrafava nuvens, longa no qual também assina a fotografia. Durante o Cine Fest Petrobras Brasil, que aconteceu agora em agosto em Nova York, Carvalho arrumou um tempinho para conversar com a Trip.
Este belo filme é a ópera do desencontro marcado. Para mim, o Júlio (Bressane) concilia frescor na forma e vigor no conteúdo. É o que temos de mais estimulante no cinema atualmente.
Armando Freitas Filho é o maior poeta da geração das grandes Heloísa Buarque de Holanda e Ana Cristina César. É o poeta da desconexão harmônica. Suas palavras têm o valor do próprio conteúdo que exprimem. Este novo livro é excelente, em todos os sentidos.
Considero ele e o Caetano Veloso a síntese da expressão da cultura brasileira nas mais diversas formas. Recomendo muito o DVD com o espetáculo Nove de fevereiro, não porque dirigi, mas porque é bom como uma fruta amadurecida, pronta para ser colhida no pé.