Uma análise sobre a violência subjetiva
Uma análise sobre a violência subjetiva
Violência
Existem muitos tipos de violência. Nem imagino quantos.
Mas acho que, a título de reflexão sobre o tema, podemos definir por duas grandes classificações:
A violência subjetiva e a objetiva
A subjetiva é aquela do olhar, da má vontade, do mau pensamento, dos maus tratos no lar, de tirar vantagem, abusar da confiança, escondida, covarde e talvez a mais mesquinha.
A objetiva é essa violência criada com o intuito de agredir, ferir ou obter lucro direto com a ação conscientemente violenta.
Vamos conversar sobre a violência que acredito, causa maior dano e não é penalizada.
A subjetiva
Quando muito, quem a pratica sofre meras punições sociais que nem atingem de fato. O egoísta, o “esperto”, sorrateiro, o que fala pelas costas traiçoeiramente, geralmente vive uma vida solitária, mas cheia de vantagens. E isso é tudo o que acredita desejar. Sempre haverá pessoas novas a serem enganadas. O campo é vasto, para não dizer infinito. O resto ele compra e, por incrível pareça, se satisfaz. Só o preço o preocupa. Não pode gastar mais que o planejado. Possui a consciência de que terá que pagar sempre. Diante sua opção, nada lhe virá gratuitamente.
Há quem prefira coisas a pessoas. Há quem valorize seu cão muito mais que qualquer ser humano. Porque o animal oferece amor, carinho e fidelidade incondicional. Tudo é condicional em se tratando de seres humanos. Até o amor exige contrapartida para sobreviver, por mais desprendido seja. O esforço e o cuidado devem ser contínuos, caso contrário defasa. O animal apanha agora e daqui a pouco volta abanando o rabo.
Claro, quem vai tratar com sentimentos pessoas que se consideram o centro do mundo, qual tudo girasse em torno de si? O animal não vê isso. Sei do que falo porque às vezes, ressentido e magoado, me sinto tentado a dedicar mais a meu cão que até aos meus filhos.
É sempre um esforço enorme sair de mim, de minhas defesas e ir ao outro. O outro pode me agredir, magoar e ferir. Mas é “pode”, tudo é possível, condicional, como afirmo acima. Não posso esquecer que ele é o único que pode me fazer feliz de verdade. O único cujos sentimentos são conscientes e que podem ser dirigidos a mim por sua vontade. E vontade é quase tudo em termos de sentimentos.
A raiz do problema me parece, é que não nos conhecermos devidamente. Não nos conhecendo, não somos capazes de nos ver no outro. Ele é um estranho. Não o percebemos como igual a nós porque não sabemos quem somos. Não nos reconhecemos nele também porque nossa capacidade de autocrítica, de nos enxergar, resta prejudicada ao extremo.
Então o outro é diferente: é negro ou é branco; é favelado ou é burguês; formado ou analfabeto. Depende do quanto estamos distantes de nós, a distância que nos separa do outro, tornando-o gradualmente mais estranho ou diferente de nós.