Sonarsound

Versão brasileira do festival espanhol acontece neste fim de semana

por Bruna Bittencourt em

Sinônimo de música de vanguarda e arte multimídia, o espanhol sonarsound está entre os principais festivais de música e arte do mundo. Durante três dias e três noites, Barcelona abriga uma intensa programação cultural - de shows e discotecagens a exibições de filmes e exposições de arte.

Mas nem só os europeus têm a sorte de conferir o festival. Neste fim de semana, o sonarsound aporta em São Paulo. No palco, alguns dos mais inovadores artistas da música eletrônica, entre nomes que vêm alargando as fronteiras do hip hop.

A TRIP perguntou para algumas das atrações que subirão ao palco do festival quem elas vão conferir nesses três de dias de boa música:

"Todos nós queremos ver o Prince Po, o Beans, o Prefuse 73, Kid Koala e o Four Tet. Tivemos a oportunidade de conferir muito desses nomes este ano em Barcelona, quando tocamos no Sónar. Lá, o Prefuse só discotecou e aqui ele vai se apresentar com uma banda, formada por um DJ, um programador, um baterista e um contrabaixista. É quem eu estou mais ansioso pra ver."

Daniel Ganja Man, do coletivo Instituto, que se apresenta ao lado do DJ Dolores

"Gosto mais das atrações nacionais. Quero prestigiar a galera daqui: o Renato Cohen e o Nego Moçambique. Gosto muito dele. O pessoal que faz música eletrônica é muito paradão, sério, compenetrado e você fica ali tentando entender o que o DJ está fazendo. Já o Nego faz toda uma performance: dança, mexe nos botões, vai, volta, dança de novo. O som do Moçambique é muito bom e o cara dançando te empolga a dançar também. Isso é muito maneiro. Acho legal a história do Cohen, o fato de ele ter lançado seu trabalho lá fora, entrar nas paradas internacionais. É a nossa música eletrônica invadindo o mundo. O Cohen ainda tem uma técnica legal e toca bem pra caramba."

DJ Marlboro

"Queria ver o Money Mark [que não participará mais do evento], era o meu primeiro nome da lista. Acho os dois primeiros discos dele incríveis. Entre as outras atrações, quero muito ver o Matthew Herbert. Eu nem sabia que esse cara existia. Conheci ele quando toquei no Sónar [este ano, em Barcelona]. Como DJ, foi a coisa mais incrível que eu vi nos últimos tempos pela diversidade das batidas. Nunca ouvi nada parecido com as músicas que ele toca. O Matthew também não respeita muito essa coisa de b.p.m., da mesma levada a noite inteira. Ele começou o set tocando uma espécie de funk breakbeat quadradão e terminou com dancehall. Fantástico. Também não perderia por nada desse mundo o François K, idealizador do Body and Soul [festa itinerante de house]. Adoro o trabalho dele. O François oferece mudanças reais de clima, toca melodias. Eu e os DJs de Brasília ouvimos o set dele e tentamos fazer uma coisa parecida, que abrigue todo o tipo de música: na mesma noite pode rolar Kraftwerk e afro-beat."

Nego Moçambique

"Quero ver o Arto Lindsay, que faz sempre um bom show. Ele é uma das poucas pessoas que desconstrói a MPB e não a utiliza como um elemento exótico. Pelo fato de ser meio gringo, tem muito mais respeito pelo valor intrínseco do gênero do que a maioria dos brasileiros. É interessante ver como ele trata a MPB. É a visão de uma pessoa que respeita mais a música brasileira por suas qualidades inerentes do que por suas características exóticas."

Mauricio Bussab, do Bojo

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