Símbolo de Progresso
Lançado em 1961, O Interlagos embalou o sonho de um país no trilho do desenvolvimento
A década de 50 chegou ao fim cheia de otimismo no Brasil. Além da primeira Copa conquistada na Suécia, em 1958, o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek prometia colocar o país nos trilhos do desenvolvimento. E uma das iniciativas que mais entusiasmavam a população era a criação da indústria automobilística. Em meio a esse cenário de delírios e sonhos, a Willys-Overland do Brasil sacudiu o incipiente mercado com o lançamento do Willys Interlagos, em 1961. Com linhas futuristas e de bom gosto, o modelo era símbolo de progresso. “O primeiro esportivo nacional”, clamavam os entusiastas.
Mas, de nacional mesmo, o Interlagos tinha apenas o nome. O automóvel era fabricado no Brasil sob a licença da francesa Alpine, que produzia o modelo na Europa com motor Renault Dauphine. Interlagos, portanto, era apenas o nome com que o carro foi rebatizado por aqui.
Fabricado em três versões de carroceria (cupê, berlineta e conversível), o modelo media apenas 3,78 m de cumprimento e pesava míseros 535 kg. Seu pequeno motor de 40 cv fazia o carro chegar a 130 km/h, mas havia outras três opções de motorização, a mais brava delas, para competições, tinha 70 cv e velocidade acima de 160 km/h.
QUEM VIU NÃO ESQUECE...
“Esse carro marcou uma geração e minha adolescência em especial”, declara o médico Alberto D’Auria, 60 anos. “Quem, como eu, viu esse carro na juventude, não esquece jamais. Ainda mais porque o Roberto Carlos tinha um e o usou no filme A 300 quilômetros por hora”. Desfilar hoje a bordo de um modelo em perfeitas condições é, para ele, a realização de um sonho do passado. “É um grande barato. Onde eu estaciono se aglomeram pessoas na faixa dos 60 anos. Todas com os olhos cheios d’água.”
CLASSIFICADOS
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