Rumo ao enea
Se havia alguma dúvida de que Kelly Slater é o melhor surfista do mundo ou, melhor, se ele continua sendo o melhor surfista da história do esporte, ontem ele provou que ainda é o cara
Há duas semanas ele havia vencido a etapa de abertura do circuito, o Quiksilver Pro, na Gold Coast, Austrália, e fez suspense se disputaria todas as etapas do Tour. Depois confirmou sua participação no Rip Curl Pro, em Bells Beach, na fria região de Victoria, Austrália. Foi e venceu, pela terceira vez ele tocou o sino em Bells. Déjà-vu. Foi assim em 2006, começou o ano fazendo suspense se correria toda a temporada, venceu as duas primeiras e acabou conquistando seu oitavo título mundial. Agora, após seu segundo triunfo consecutivo no ano, não faltará motivação para buscar sua nona coroa do WCT, embora diga que seu foco no momento seja apenas se divertir.
Os resultados em algumas baterias nessas provas são estímulos adicionais. A final na Gold Coast contra o atual campeão mundial Mick Fanning, que competia em casa, foi uma delas. As duas quartas-de-final nas quais escovou o havaiano tricampeão mundial Andy Irons foram outras. Irons foi nos últimos anos seu maior rival, e é um dos raríssimos retrospectos desfavoráveis para Slater: em dez baterias que eles disputaram Irons venceu seis. O mar em Bells não ajudou, mas isso não tira o brilho do artista Slater, que sempre tira o máximo proveito das condições que se apresentam. Na final contra o australiano Bede Durbidge, campeão da última Tríplice Coroa Havaiana, ele esteve atrás durante 27 dos 30 minutos da bateria. Após surfar uma onda de baixa pontuação voltou de carona com o jet ski e imediatamente remou para uma marola que Durbidge, que tinha a prioridade, nem se interessou. Foi fatal.
Era a quarta bateria do dia para o americano, água fria, cansado, Slater foi para o tudo ou nada. Precisando de 7,83 para virar a bateria buscou o ponto crítico da onda e mandou um aéreo alto, segurando a prancha com as duas mãos, e aterrissou com perfeição, para marcar 8,30, para a glória. A próxima é em Teahupoo.
BOICOTE EFICIENTE
Parece que a petição dos moradores do noroeste australiano funcionou, e o Rip Curl Search, sexta etapa do WCT, não será em Gnarloo. Especula-se Ragland, Nova Zelândia, para a prova, nômade e surpresa.
MOUNTAIN BIKE
Primeira brasileira a disputar as duas versões de Olimpíadas, Atenas 2004 e Torino 2006, Jacqueline Mourão começa, domingo, em Araxá, MG, a disputar vaga para Pequim.
CAPE EPIC
Começa hoje, na África do Sul, a prova ciclística de 966 km, com 1.200 participantes de 41 países.