Roda do ódio
Em São Paulo, o trânsito é um dos terrenos mais férteis para a intolerância
1. TAXISTA (há cinco anos) • João Valter Lemes de Moraes • 52 anos • Não tolera: Motoboy • “É impossível mudar de faixa. Eles vêm em fila, todos de uma vez, e fica bem complicado. Ao não darem passagem, dificultam o meu trabalho”.
2 MOTOBOY (há três anos) • Douglas Felipe Souza de Oliveira • 27 anos • Não tolera: Ônibus • “São os maiores do trânsito e tentam antecipar as manobras, muitas vezes o cara quer ultrapassar a qualquer preço, só pensa nele e não está nem aí com o outro.”
3 MOTORISTA DE ÔNIBUS (há sete anos) • Ivanildo Barbosa dos Santos • 45 anos • Não tolera: Carros • “Os carros pequenos acham que a gente tem que frear pra eles sempre, querem ser mais rápidos que o ônibus e acabam fazendo besteira.”
4 MOTORISTA COMUM • Valdir Bragante • 38 anos • Não tolera: Carroceiro • “Eles não têm legislação para obedecer, então não se preocupam com regras. Deixam a carroça no meio da rua pra pegar coisas na calçada, ocupam uma pista inteira...”
5 CARROCEIRO (há dez anos) • Natanael Amaro da Silva • 46 anos • Não tolera: Caminhão • “É uma ameaça pra qualquer veículo de pequeno porte. Pra carroceiro, então, muito mais. E, como ocupam mais espaço, são piores para dividir a rua com nós.”
6 MOTORISTA DE CAMINHÃO (há dois anos) • Rafael Leite • 22 anos • Não tolera: Taxista • “Os taxistas são grandes rivais. Eles pensam que são donos de tudo, que só eles estão trabalhando. Não dão seta e andam como se estivessem sozinhos na rua.”