Páginas Negras
Raça, uma revista dedicada à maior parte da população brasileira quase sozinha nas prateleiras
Uma revista dedicada à maior parte da população brasileira, mas que, ainda assim, está quase sozinha nas prateleiras. “A Raça tem negros na capa”, diz Fernanda Alcântara, 24 anos, editora-chefe da publicação. Em setembro de 1996, a revista estreou melhor do que se esperava. Segundo a jornalista, o primeiro número foi reimpresso pelo menos duas vezes. Desde então, mensalmente as páginas da Raça abordam temas pertinentes à população negra do Brasil – especialmente às mulheres. Distribuída em todos os estados do país, com uma tiragem de 50 mil exemplares, a publicação é editada em São Paulo por uma redação com cinco pessoas. “A maior parte dos colaboradores é de negros porque eles têm mais intimidade com o tema”, diz Fernanda. Para ela, não há racismo às avessas no título. “Qualquer um pode ler a Raça. A gente tenta enaltecer a cultura negra e afrodescentente”, afirma. E, a despeito da crise que abala o mercado editorial, ela diz que a situação na Raça vai muito bem, obrigado.