Desconfio que o que somos é uma construção provisória. O que de verdade temos de nós é apenas ensaio, vir-a-ser, algo fuídico sujeito a extremas revisões e ultrapassagens. A existência humana parece que segue uma espécie de desordem. Para cada premiado, um milhão de perdedores. Acidentes, incidentes, erros e acertos ocorrerão, e é provavel que sobreviveremos a tudo isso. A vida é generosa mas não há excessões. Uma doença, uma gravidez, uma dor acerba, uma perda familiar, trocentas hipóteses de ocorrências estão grávidas de possibilidade de acontecer. Um simples e sempre provável desemprego, pode acabar conosco e nos impor graves mudanças e transformações. A vida é injusta, precária, incompleta e angustiante, mas não temos senão ela para vivermos. Cabe a nós vivê-la da melhor forma pudermos.
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.