Reality show na Lua
A nova idéia de Mark Burnett, o mago das competições de aventura
Mark Burnett, o mago das competições de aventura, o homem que transformou o esporte, um dia obscuro, em popular minissérie dramática, pode estar prestes a aposentar seu GPS. Pelo menos no que diz respeito ao Eco-Challenge, atualmente o produto menos rentável de seu portfólio, que engloba o multimilionário Survivor, uma comédia de situação para TV, um reality show que acompanha o dia-a-dia de sete surfistas durante o Triple Crown no Havaí, um outro reality show em sociedade com Donald Trump, dois longas, entre outros.
Com tudo isso na manga, Burnett, 42, anunciou que existe uma chance de não produzir o Eco/2003, porque esse tipo de prova precisa ser reinventada. Há alguns anos ele vem afirmando que seu Eco-Challenge é tudo, menos aventura. "Como pode ser aventura se eu planejo a prova do começo ao fim?", costuma dizer. Mas quando em 1995, inspirado pela competição francesa Raid Gauloise, organizou seu primeiro Eco, foi sob o rótulo de "aventura extrema". Colou.
Dois anos depois, ele sabia que tinha em mãos mais do que uma competição esportiva, tinha, na verdade, uma novela. Focou, então, em conteúdo dramático, realçou a dor dos competidores, o sofrimento coletivo e treinou seus cameramen para registrar tudo nos mais impressionantes e cruéis detalhes. Antes que Burnett entrasse no mercado, os americanos simplesmente não conheciam essas expedições radicais. Hoje, são 300 provas por ano, só nos EUA. Nascido na Escócia, Burnett optou por não fazer faculdade para poder se alistar no exército. Imigrou para os EUA e se vendeu como especialista em segurança para moradores da classuda Beverly Hills.
Virou uma mistura de babá e segurança particular. Quando teve a idéia de usar a forma do Raid Gauloise para criar a sua própria aventura, endividou-se para fazer a coisa acontecer. Hoje, é um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Mas engana-se quem acha que Burnett está conformado com o que tem e fez. Próximo passo, dizem, é um reality show que acompanhará o treinamento de dez interessados (previamente selecionados, claro) em serem astronautas. O vencedor irá para o espaço.
No rastro de Burnett, os americanos começam a inventar. Se tudo der certo, espectadores da Outdoor Life Network verão, ao vivo e pioneiramente, um grupo de alpinistas amadores chegar ao cume do Everest. Essa história teve início em janeiro, quando a rede de TV OLN lançou Global Extremes: Mt. Everest, que acompanhou 50 esportistas que iam pelo mundo competindo em desafios outdoor. Os cinco melhores ganharam direito a estrelar o último capítulo da "novela". Eles escalarão a parede norte do Everest e serão guiados por um sherpa (que terá uma câmera acoplada na roupa) e seguidos por dois experientes cinegrafistas.
A NBC, a maior rede de TV aberta dos Estados Unidos, também quer sua parte no filão. Adrenaline X é a aposta da rede. O programa vai reunir grupos de seis atletas, colocá-los por algumas semanas juntos, organizar competições de snowboard, skate, surf e motocross e registrar tudo o que acontece em busca, evidentemente, de intrigas e dramas. A idéia surgiu quando a ESPN divulgou o resultado de uma pesquisa que revelou que 79,3% dos jovens americanos entre 12 e 18 anos se dizem fãs de esportes extremos - a maior entre todas as categorias esportivas. Futebol americano ficou em segundo lugar, para se ter uma idéia.
WCT Taiti
Os tubos que intimidaram Neco Padaratz voltaram a rolar na terceira etapa do mundial de surfe. Peterson Rosa e Danilo Costa são os brasileiros que seguem na prova. No feminino a havaiana Keala Kenelly venceu pela quarta vez em Teahupoo.
Global X-Games
Começa amanhã em Whistler, Canadá, e San Antonio, EUA, as Olimpíadas de Esportes Radicais. O quinto lugar num campeonato canadense valeu o convite para o snowboarder brasileiro Felipe Motta reforçar a equipe sul-americana.
Nunca esqueça
É o nome do vídeo de skate produzido pela revista Tribo e pela produtora Sindicato Paralelo, que está à venda nas bancas com uma edição poster com Sandro "Mineirinho" Dias.