Quando você foi preconceituoso?
O preconceito não escolhe raça, cor ou classe social e aparece quando a gente menos espera.
Convidamos 11 pessoas para contarem quando fora
CLEBER PARADELA (diretor de criação): “Nasci em Minas e, aos 14 anos, meu pai anunciou que nos mudaríamos para Salvador. Pra mim foi um grande choque. Mas meu preconceito caiu por terra quando pisei em solo soteropolitano.
TIAGO TERRINI (carveboarder): “Fui preconceituoso quando estava andando de
skate, a cabeça quente, e um morador de rua me perguntou o que era aquilo e, estúpido, respondi: ‘Um skate, nunca viu?’ E ele disse: ‘Sim, gostaria de poder dar um desse pro meu filho’.”
LYNN COURT (apresentadora de TV): “Quando o taxista errou o caminho e me disse:
‘Quem faz o caminho sou eu! Pode pular fora se quiser!’, achei-o muito machista! Tenho certeza de que se fosse um homem ele não faria isso.”
ADI LEITE (fotógrafo): “Fui visitar uma escola nova para meu filho e vi que era cheia
de seguranças, decorada com livros de arte, e comecei a achar tudo fake demais e, por puro preconceito, nem dei chance para a escola...”
DUDA IZIQUE (cineasta): “Estava em um ônibus leito quando dois passageiros
me chamaram a atenção. A simplicidade deles me pareceu suspeita e eu tinha certeza de que a dupla assaltaria o ônibus. Nada aconteceu durante toda a viagem e
a vergonha que senti ao ver a família de um deles o aguardando na rodoviária do
Rio foi indescritível.”
EDUARDO AYDAR (empresário): “Não me lembro de ter sido preconceituoso alguma
vez. Pode até parecer forçado, mas eu considero positiva toda essa diversidade que nós temos."
PAULO GANDRA (publicitário): “Um preconceito idiota que eu tinha na minha adolescência era de que uma mulher bonita acompanhada de um homem mais velho era uma relação baseada em dinheiro ou interesse.”
JOTA (performer e ator): “Quando, na minha adolescência, procurei uma mãe-de-santo pra virar hétero, ela disse: ‘Isso não é assim, tem que ser verdadeiro’.”
ISABELLE VAN OOST (cenógrafa): “Preconceito? Tenho pouco, mas tenho com as pessoas que julgam imediatamente pela aparência.”
MICHEL GOMES (ator): “Eu tenho até vergonha de contar, mas já desci algumas vezes do ônibus, antes do meu ponto, por ter visto uma pessoa que eu achava parecer um assaltante.”
DEMIAN FIGUEIREDO (chef de cozinha): “Quando criança, fui dormir na casa da nossa cozinheira pra brincar com sua neta. Na hora de jantar, recusei o meu prato favorito porque ‘na minha casa as panelas não são assim encardidas!!!’.
E lá foi ela comprar uma coxinha pra mim no boteco ao lado...”