Pisante exclusivo
Transforme seu velho tênis num sneaker customizado
Tá a fim de desembolsar cerca de R$ 150 pra transformar o seu tênis em um sneaker? Este é o valor médio cobrado por artistas pra dar um trato no seu pisante e deixá-lo único, exclusivo. O mercado da customização, que mescla cultura pop, reciclagem, improviso e arte, é ainda informal no Brasil, com uma estimativa de apenas 100 profissionais. Leandro Nascimbene, o Jimmy, 26 anos, trabalha na área há três anos: “Comecei pintando um tênis meu, mas pintei com as tintas erradas e saiu tudo [risos]. Então, o que eu fiz foi me informar e testar todos os materiais que pude até encontrar os melhores, pra que eu pudesse me especializar. Desde então, não parei mais”. Como inspiração, cita a cultura hiphop, o universo da moda, o cinema, a música e as ruas.
Vinicius Rafael da Silva, o Popó, 27 anos, é restaurador de obras de arte, mas gosta mesmo é de customizar sneakers como hobbie, o que faz desde 2007. Tudo começou quando ele customizou tênis e galochas para o trabalho de faculdade da namorada, que acabou sendo escolhido a dedo por Alexandre Herchcovitch pra participar do São Paulo Fashion Week. Segundo ele, a crescente procura pelos customizados representa a busca pelo exclusivo. “É engraçado ter pessoas perguntando onde você comprou o tênis e você responder que não vende em loja, que foi feito à mão. Isso é único. Às vezes é um tênis simples, mas com uma variação de cor diferente, um desenho ousado, uma junção de duas marcas... na customização, você pode ter o que quiser”, explica.
Para Jimmy, além de poder expressar a personalidade através do tênis e se destacar na multidão, algumas pessoas buscam os modelos por admirar a arte do customizador. Mas segundo ele, “ainda falta muito, mas as pessoas estão começando a entender, pouco a pouco, o conceito de exclusividade. Algumas marcas estão buscando esses artistas pra eventos, sem contar que temos artistas incríveis e uma grande quantidade de materiais pra trabalhar. Por isso, as expectativas da customização se tornar um mercado rentável num futuro não muito distante são boas”, diz Jimmy sobre a cena da customização no Brasil.