Pensamentos Pessoais

por Luiz Alberto Mendes em

Reflexões  Intimas

 

01) A solidão tem sido minha glória, minha individualidade e minha possibilidade de realizar o que quero ser no que vou sendo. Uma distância com a qual aprendi a jogar. Totalmente anônima, banal e limpa.

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02) Minha história tem sido registro de enganos, fracassos e curtos circuitos. Minhas asas de chumbo sustentam atrozes ruínas de negras lembranças do passado. Tudo que elevou, abateu também, como laços que se prendem e quebram.

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03) Na escuridão de meus passos, de queda em queda, andei a buscar-me sem saber. O destino não me deu tréguas, não tive nem mesmo como escapar da lucidez de minha consciência. Essa feitora a me vergastar, cortando-me em minhas escravidões pessoais.

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04) Por entre torturas e desejos, busco um sabor entre vozes que não ouço, cores que não vejo e tudo que não percebo. Ardentemente aspiro por saber, ao longe e acima, porque tudo tem que ser assim.

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05) Como uma árvore derrubada pelo vento, eu me levantei, lambi de seiva minhas raízes e me replantei em outro jardim.

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06) Muitas vezes semi-homens, animalizados, vivemos entre ameaçados pela vilania de todos nós. Nos espantamos, mas vivemos a responder patifaria por patifaria. Compactuamos com o execrável e fazemos exatamente o que censuramos. O que podemos esperar, senão ódio extremo nos rondando e enchendo de horror?

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07) Amadureceram as disposições de vida e vencidos ficaram os desenganos. A história dividiu-se em bens para além dos danos e então pude andar caminhos mais longos.

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         08) A realidade compõe-se de todo esforço que sejamos capazes de arremeter.

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09) E ficamos ali, desejosos de ser; de dizer nossas verdades; expressar nosso silencio; de proliferar nossas almas em expansão, em trabalho, participação social e fecundar a vida de nossas sementes humanas.

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10)Comprei toda vida daqueles que se julgavam donos de mim, a custo de toda dor e sofrimento que fui capaz de suportar. Não lhes devo nada.

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Luiz Mendes

01/04/2010.

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