Para rir enquanto podemos

por Luiz Alberto Mendes em

Diálogo insólido

 

Nesse instante fui ao portão de casa tomar um ar. O tempo esta quente, são cerca de 20:00 horas. Estava olhando o pessoal chegando do trabalho, pegando seus filhos com as "babas" que tomam conta enquanto trabalham, e seguindo para suas pequenas casas, lá pra cima no morro ou na favela. Ao meu lado encostou um menino de cerca de uns 5 anos, filho da vizinha aqui de casa. Eu brincava com meu cão, Chicão.

Adoro cães e vivo a dizer que me dou muito bem com cães e crianças. Conheço todos os cães da vizinhança, curto, interajo com cada um deles quando os encontro na rua. Quem me conhece e não conhece Chicão, pelo menos de eu falar dele, provavelmente não me conhece de fato. É meu companheiro leal, vive sempre ao meu lado e onde eu vou ele quer ir de qualquer jeito. Esta aqui, deitado ao lado de minha cadeira, nesse momento. O menino perguntou:

_ Você fala com seu cachorro? Sua testa estava franzida, parecia muito preocupado com a questão.

_ Não, é claro, ele é um cachorro, e cachorros não falam; afirmei todo cheio de lógica.

_ Eu falo com meu cachorro. Disse o menino depois de pensar um pouco. Algo em sua afirmativa parecia verdadeiro; olhei, ele esta sério, compenetrado, não esta mentindo nem inventando, percebi. Fiquei curioso.

_ Mas quando você fala ele te responde? A minha pergunta já estava mais para séria, assim meio que dando chances ao menino. Ele estava falando com tanta convicção que seu rosto avermelhara todo.

_ Claro, eu vejo você falando com o Chicão.

_ Mas ele não me responde.

_ Você é que não sabe.

_ O que seu cachorro te responde? Perguntei já meio aborrecido com aquele moleque metido a besta. E ele respondeu convicto:

_ Au, au, au...

E saiu correndo.

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Luiz Mendes

05/08/2013.    

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