Ode ao escracho
Em entrevista, Zé Simão adianta o que virá no livro José Simão no País da Piada Pronta, lançado hoje
Se ele não existisse provavelmente teria que ser inventado... Zé Simão é dessas personalidades inquietas, vibrantes, de mil e uma futilidades úteis que não poderia faltar nos dias de hoje, ainda mais aqui, mais pra direita abaixo da linha do Equador. Desde 1987, o esculhambador-geral da República tem uma missão diária na Folha de SP: achincalhar com todos os políticos tropicanalhas, com as celebridades ávidas por causar impacto, frisson ou barulho mesmo, sem contar os acontecimentos intempestivos de todo santo dia. Zé Simão chama a coluna de telejornal humorístico: “Onde abordo os três temas que mais deliciam os brasileiros: sexo, política e futebol. Trio elétrico do brasileiro é real, bunda e bola!”. Mas não vamos entrar nessa seara agora. Provavelmente, a notícia do mercado editorial brasileiro mais habilitada a estampar um sorriso de deboche com gostinho de vingança na cara de muitos leitores é a da chegada de José Simão no País da Piada Pronta, que sai do forno da Editora do Bispo na próxima terça-feira, dia 11. “Lançamento sempre dá paranóia! É como festa em casa! De repente, as onze horas aparece todo mundo!”, filosofa Simão, ansioso.
[www2.uol.com.br/josesimao]
[www.editoradobispo.com.br]
por Fernando Aguiar
O livro é uma coletânea, é isso... Sim, é um livro de bolso, um pocket book! É um dicionário-coletânea com verbetes lulês, tucanês e antitucanês. Por exemplo, sabe o que é Olimpo na linguagem do Lula? Deus da limpeza. Operação bélica: cirurgia plástica pra transformar a companheira Marta em bela! Rarara... Pelos verbetes você vai contando a história do Brasil! É um projeto da Pinky Wainer.
Tem piada inventada por anônimos no livro? Sim, muita colaboração de leitores. Eles enviam tudo por e-mail. Isso é superimportante, a colaboração dos leitores, porque fica uma coluna interativa. Todo mundo participa, é uma gandaia. Rarara!
Alguém te ajuda a ler todos os e-mails? Não, leio todos, adoro! É o mel do meu trabalho. Humor é bate-bola. É difícil fazer humor sozinho! Hoje recebi um e-mail duma mulher que bateu o carro ouvindo meu programa na Bandnews! Outra deixou queimar o arroz!
Como surgiu esse “ódio” pelos tucanos? Não é ódio, é esculhambação! Quem está no poder é esculhambado! Não tenho simpatia nem antipatia eterna por ninguém. Os petistas também estão sendo esculhambados. Não sou de direita nem de esquerda, sou da cintura pra baixo!
Mudando o assunto... então você entrou pro Largo São Francisco e desistiu? Como foi a história? Sim, desisti. Você me imagina com cara de advogado? Rarara! Eu matava aula com o namorado da Wanderléa para assistir o programa do Erasmo Carlos. E aí eu desisti... “Senhor Juiz, pare agora!” Rarara! Eu também gosto de me esculhambar. Frase do Oswald de Andrade: “Quem não sabe se esculhambar não pode esculhambar os outros!” A minha cara, pra máscara de carnaval, só falta o elástico! Rarara! Aí o filho duma amiga minha falou: então não falta nada! Rarara!
Sobre o seu programa Ondas Latinas, de onde vem esse tímpano bailante? Sou louco por música latina! Levo a vida na salsa! Compro muitos CDs desse tipo, tenho uns 400! Costumava comprar em Miami, no bairro cubano, na Casino Records, que tinha um slogan incrível: “Se no tem acá, olvide-lo!” Grudo no meu iPod e produzo o programa uma vez por semana. Além de salsa, tem latin jazz, afro cuban...
[http://radio.musica.uol.com.br/ondaslatinas.jhtm]
[www.casinorecordsmiami.com]
O que você indicaria a um iniciante em música latina? Celia Cruz, Omara Portuondo, Gotan Project,- estou vidrado em tango eletrônico. O show deles é alucinógeno!
Pra finalizar, fale sobre o último caso absurdo que mais repercutiu na sua coluna. O relaxa e goza da Marta. Foi um presente. Brasileiro adora esculhambaria: esculhambação com putaria!