O surfe brasileiro agradece

Após dez anos organizando o principal circuito nacional, o SuperSurf migra para o Mundial

por Carlos Sarli em

Dez anos de surfe, de SuperSurf. Quando o circuito brasileiro ganhou a marca superlativa, ele vinha tão mal das pernas que a mudança, mesmo sob suspeita, foi bem recebida pelos atletas. A desconfiança vinha do fato de o novo organizador do circuito, então com 13 anos, ser um “outsider”, um grupo de comunicação e não alguém da indústria.

Na verdade, nesse período nem havia um circuito, o campeão brasileiro era definido a partir dos resultados das etapas do WQS disputadas no Brasil, formato no qual os atletas do circuito mundial levavam vantagem sobre os que só competiam no país. Foi, portanto, uma mudança significativa a entrada da Abril.

Passados os anos de incerteza, o circuito nacional se consolidou, entrou no radar internacional, e a ASP, responsável pelo Mundial, proibiu a participação de brasileiros do Tour no SuperSurf. Mas os atletas tinham então uma boa opção no país, maior visibilidade, prestígio, prêmios razoáveis, se sentiam valorizados.

Esse ciclo está chegando ao fim, esta semana está sendo disputada no Rio a última etapa do Brasileiro com a bandeira SuperSurf. “Conquistamos credibilidade, mas passada a fase do namoro veio o casamento e, com o tempo, os problemas”, analisa Evandro Abreu, diretor do circuito, referindo-se às divergências sobre o formato das provas entre a organização e os atletas.

Mas tudo indica que o surfe nacional sairá ganhando depois dessa década de experiência. O SuperSurf continua, se transforma num circuito isolado, com quatro provas de quatro a seis estrelas do WQS, já a partir de 2010. As provas serão em Florianópolis, Ubatuba, Maresias e Rio, e ao final do minicircuito haverá uma premiação adicional, um carro ou R$ 100 mil, para quem somar a maior pontuação.

O campeão brasileiro continuará a ser definido num circuito, cujo formato de competição foi a principal pauta da reunião do Conselho, formado por atletas e federações, esta semana no Rio. A organização ficará a cargo da Max Sports, responsável entre outros eventos pelo MegaRampa e pelo Rei e Rainha da Praia. E a comercialização caberá à Brasil 1, do Grupo ABC.

 
MUNDIAL DE SURFE – WCT
De dez candidatos ao título antes da etapa móvel em Portugal restam apenas dois. Mick Fanning venceu pela terceira vez no ano e seu único adversário na decisiva etapa de Pipeline, Havaí, será o amigo Joel Parkinson. Mineirinho segue em terceiro no ranking.

MUNDIAL DE LONGBOARD
Vai até amanhã, em Pasta Point, nas Ilhas Maldivas, a decisão do circuito mundial. O australiano Harley Ingleby lidera o ranking e Phil Rajzman (4o) é o melhor brasileiro.

BRASILEIRO DE SURFE
Disputada há nove anos, na categoria feminina 12 das 16 competidoras têm chances de chegar ao título na prova em disputa no Rio. No masculino são oito de 46 atletas.

 

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