O passado foi melhor que o presente? por Luiz Alberto Mendes em 20.02.2014 Passadismo-Sou absolutamente contra essa nostalgia chorosa esentimentalóide de passado. As nossas lembranças estãotransfiguradas, falsificadas e nos passam a idéia de que opassado foi melhor que o presente. Há partes de nosso serque realizam esse processo naturalmente, sem estarmosconsciente desse trabalho. Acomodamos as lembrançasdo que foi satisfatório e de acordo com nossos desejos,valores e sentimentos. Alijamos ou dourando a pílula,piorando ou melhorando o que aconteceu. A memóriacomo que “salva” o passado que queremos e escolhemos,para o presente. O que nos denigre, fere, magoa fundo nãoé esquecido. Apenas é quardado em um arquivo morto,mas que pode, sempre que preciso, ser ressuscitado. Naverdade, nada permanece no passado, tudo prossegueexistindo indeterminavelmente no presente até se extinguir. Melhor coisa nenhuma. O passado jamais foi melhor queo presente, senão por momentos. Vamos por partes: aspessoas morriam como moscas; até pouco tempo atrás,a perspectiva de vida do brasileiro era de 50 anos, parase ter uma idéia. As pessoas com 50 anos eram velhas;vestiam-se e portavam-se como velhas. Hoje, aos 50 anosestamos mais ativos e produtivos que nunca estivemos.As academias de ginástica e musculação estão cheiasde homens e mulheres nessa idade, malhando firme. Naverdade, esta é a geração que esta no comando do mundoatualmente.O passado foi horrível. Repleto de desgraças, tragédias esofrimentos, é preciso que se diga. É óbvio que nem paratodos e nem a todo tempo, houveram excessões e algunspoucos tempos bons. Por exemplo: o que esta ocorrendona economia mundial, segundo especialistas, é bem piorque a quebra das bolsas de valores em 1929. Envolvevalores muito mais avantajados e o mundo todo, de póloa pólo. O planeta todo esta tomando um baque. Masporque os efeitos são bem menos devastadores? Naquelaépoca muita gente se suicidou, acabaram-se os empregos,empresas foram à falência e multidões passaram fome.Uma desgraça generalizada.Aprendemos a nos assegurar, gerenciar crises, planejarcom mais acerto e previdência. A razão nos tornou umpouco menos belicosos, menos selvagens (se bem que ocapitalismo selvagem…), mais cordatos, respeitamos maisacordos, dialogamos mais e um montão de outros motivosque se resumem no fato de que estamos mais inteligentese avançamos. Nosso presente é absolutamente melhor doque foi nosso passado. Mas, e nosso futuro, o que será denosso futuro? Imagino que, se não detonarmos o planeta,será melhor que nosso presente e assim sucessivamente.É o que a lógica indica.**Luiz Mendes20/02/2014.___________ Arquivado em: Trip