Moby em São Paulo
Moby tocou sucessos para público bem diferente do que o consagrou nos anos 90
A não ser pelos fiéis militantes vegan, o público de mais de 5 mil pessoas que compareceu ao Credicard Hall na última sexta feira não lembrava nem de longe a platéia que o consagrou como ícone da música eletrônica nos anos 90. Mas o Moby que atrasou 40 minutos após os shows de abertura do Copacabana Club e DJs do 2Headz, tinha o mesmo pique daquela época. Um rápido apagão na casa antes da entrada da banda no palco arrancou vaias do público, mas em poucos minutos, os integrantes da banda tomaram suas posições a espera do astro. O baterista, também careca, enganou a platéia, mas foi logo depois dele, que Richard Melville Hall, o Moby “verdadeiro” (seu nome é uma homenagem a Herman Melville, parente que escreveu Moby Dick) apareceu todo vestido de preto, em meio a fumaça, para de cara, tocar "Extreme Ways". O show continuou com essa pegada. Um hit após o outro ("Bodyrock" e "Porcelain" não faltaram), e do disco mais recente, Wait for Me, ele apenas tocou 3 faixas. Boa aposta. Animado, amarrou uma bandeira do Brasil no teclado, não parou no lugar durante toda a apresentação, corria de um lado para o outro, tocou conga, ajoelhava e pulava como se estivesse se divertindo com os amigos. Talvez até mais do que o público. O destaque da noite ficou por conta da cantora jamaicana que o acompanhava, que arrancou aplausos acalorados em sua performance afinada durante a música "Why Does My Heart Feels So Bad?". A surpresa ficou por conta de "Walk on the Wild Side" (de Lou Reed) e "Whole Lotta Love" (do Led Zeppelin), com direito a guitarra esfregada no pedestal do microfone, tocada de joelhos. Para encerrar, Moby volta ao palco sozinho e ao som de "Thousand" sobe em uma caixa e simula uma performance acompanhada por jogo de luz, que acompanhavam as batidas do som.