Miscelânea de pensamentos

O crime não é apenas uma manifestação individual, mas antes, um fenômeno coletivo e global

por Luiz Alberto Mendes em

Miscelânea I

 

1)       Não procuro novas paisagens, novas descobertas, ou novos conhecimentos. Antes procuro novos olhos para enxergar tudo com surpresa e prazer.

 

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2)       O crime não nasce de geração espontânea. Não é apenas uma manifestação individual, mas antes, um fenômeno coletivo e global. A idéia de que o elemento que comete o crime tenha uma natureza anti-humana, perversa e maldosa não se sustenta diante qualquer pesquisa ou estudo.

 

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3)       Para se dar bem na vida é preciso acreditar no impossível; desfazer-se do indispensável e agüentar o insuportável.

 

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4)       Quais são as principais conquistas a serem feitas hoje por cada um de nós?

              Estar em paz;

              Conviver em harmonia; e

              Conseguir um objetivo para cada dia de nossa vida.

 

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5)       Olhei no fundo sem fim de meu ser perdido e de lá retornou um olhar duro de quem vê e me conhece no perigo de ser eu mesmo.

              Toda dor esconde um desejo, um anseio profundo de libertação. Não sei                       bem de que, talvez de nós mesmos.

              Vivemos a fugir do que precisamos porque o que precisamos não é o que      necessitamos.

 

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6)       Nossa vida mesma é um acontecimento secreto que nem quem convive mais intimamente conosco participa. Somos solidão por dentro de nós mesmos e vivemos mergulhados em nossas próprias reflexões, absurdas, ilegais, transgressoras, imorais e deselegantes.

 

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7)       Somente ao aceitar o que para nós parece diferente; impossível de compreender; que não podemos controlar e que nos parece doloroso, inevitável, é começamos a perceber com clareza que somos todos iguais, não importa sexo, raça, fortuna, status, cultura ou idade.

 

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8)       O sentimento é algo tão superiormente humano que quando o que sentimos não tem algo de paixão, de insanidade e loucura, se ganha tão pouco que quase nem vale a pena. Embora o poeta tenha dito que toda forma de amor valha a pena.

 

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9)       O complexo de inferioridade de cada um nunca é inferior ao dos outros.

              A vida fica curta, abrevia-se, principalmente é perto, muito perto.

              Imaginar que amanhã podem acontecer tantas desgraças pode fazer o    dia de hoje muito melhor.

              Vivo voraz com esse sentido central das coisas, vendo os dias    escapulirem no tempo e as manhãs desfazerem-se em ruídos inaudíveis.

              Meu caminho é uma pressa que passa por brechas de caminhos bloqueados.

              Foi difícil até atravessar a rua sem ser atropelado, imagine o resto.

 

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10)   A vida e o mundo atual qual o fizemos, nos reduz a estarmos inteiramente sós. Foi difícil distinguir dessa confusa totalidade de coisas e pessoas. Mas, se o outro é meu limite, lutar contra ele para ultrapassar esse limite é minha condição humana. Isso faz do outro adversário, cria a concorrência e a disputa que, dizem, é saudável. Nós torna solitários.

                                                  

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Luiz Mendes

09/12/2009.    

 

 

 

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