Nesse momento penso que é reducionismo individualizar a matança de jovens, em sua maioria pretos, pobres e favelados, que ocorrem na periferia da cidade de São Paulo. Tais assassinatos fazem parte de um processo muito maior de desumanização que vem sofrendo o ser humano desde época insondável. Talvez seja a sociedade de consumo que vamos nos tornando que permite tais massacres. O ser humano esta sendo transformado em objeto. Tudo isso faz parte de um conjunto de fatos que começa com o holocausto do povo judeu; os assassinatos e o gulags soviéticos exterminando os portadores de desigualdades de classe; os massacres tribais na África; as execuções na China de Mao; as matanças na Bósnia; a destruição do povo palestino; as execuções em massa que fez a força expedicionária americana no Vietnã; Pol Pot e o Kemer vemelho arrasando com as populações do Camboja; Sucarno acabando com povoados da Indonésia; os assassinatos na Chechênia; o massacre do Carandiru e dos índios Carajás; as chacinas nos morros, favelas e bairros pobres de São Paulo...
Parece que a busca é de eliminar o que esta incerto, fora do controle e não se encaixa na ordem da sociedade globalizada que vamos construindo, matando e empilhando cadáveres. O ser humano vai se tornando mero produtor/consumidor e só por isso vale. Aqueles grupos ou indivíduos que não se enquadram a essa lógica desumana, corre sério risco de ser extinto.
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