Livre para colar
Conteúdo colaborativo começa a conquistar espaço importante como fonte de entretenimento e informação
Quer aprender a dar um beijo daqueles? Agora é fácil. Basta acessar o site VideoJug.
Lá você encontra um vídeo explicativo que conta passo a passo como aplicar um beijo apaixonado perfeito na sua namorada ou namorado.
O tema do site é justamente esse: a “vida” explicada em vídeo. Além de ensinar a beijar, o site ensina também como dobrar uma camiseta em dois segundos, como meditar, como se comportar em um chat na internet, como limpar um forno de microondas e por aí vai.
Em outras palavras, o VideoJug é produto de uma segunda geração de sites de vídeo. Se o YouTube é o grande site do momento, agregando vídeos de qualquer natureza, começam a surgir outros projetos na internet direcionados a conteúdos mais específicos. O VideoJug é um exemplo.
Outro dos filões que mais crescem é o dos sites pornôs, em que qualquer pessoa pode enviar seu conteúdo erótico para ser compartilhado na internet. Há quem diga que o um dos primeiros sintomas do sucesso de uma nova tecnologia é o fato de ela se tornar veículo para pornografia (a regra valeria, por exemplo, para medir o sucesso da tecnologia de distribuição de vídeos pelo celular).
Entre tapes e beijos
Os sites de vídeo são responsáveis por uma inovação na rede, tão importante quanto aquela trazida pelo primeiro Napster. A questão é se a história vai se repetir ou não.
No caso do Napster, a indústria da música preferiu vê-lo mais como inimigo do que como oportunidade. Foi preciso uma empresa como a Apple, que nada tinha a ver com questão, capturar a distribuição de músicas pela internet.
No caso do YouTube, uma nova chance surge no horizonte. Curiosamente, a indústria musical, “gato escaldado”, foi das primeiras a celebrar um acordo com o site. Três das quatro maiores gravadoras hoje trabalham com o YouTube, e não contra ele.
Já a indústria do audiovisual ensaia torcer o nariz para o site, reagindo judicialmente. Independente do resultado das batalhas legais que parecem estar começando, como qualquer inovação, o modelo do YouTube veio para ficar.
Em outras palavras, se o site for aniquilado como o Napster, já existem algumas dezenas de outros sites que fazem a mesma coisa que ele, prontos para receber a legião de “órfãos”. Além disso, há projetos em software livre para a disseminação de vídeos, alguns em estágio bastante avançado.
Um exemplo é o projeto “Participatory Culture”, responsável pelo programa chamado Broadcast Machine, que permite a qualquer pessoa tornar-se uma emissora de TV na internet. O conteúdo colaborativo começa a conquistar espaço importante como fonte de entretenimento e informação.
Pode não demorar muito o dia em que será possível flagrar garotos e garotas se divertindo na sala de casa ao escolher programas para assistir, diretamente da internet, entre um beijo e outro.