Katia B

A cantora lança seu álbum no Rio

por Bruna Bittencourt em

Vinda da safra que vem dando uma nova cara à cena musical carioca, Katia Bronstein merece destaque. Atriz, bailarina, ex-loira "Básico Instinto" de Fausto Fawcett e testemunha de toda a efervescência do Circo Voador, a carioca parece mesmo ter achado sua vocação cantando. Com a mesma suavidade que destila em suas músicas, Katia apresenta seu trabalho: "Música brasileira, canções. Uma mistura de acústico com tratamento eletrônico".

Desde que optou pela música, a cantora veio se preparando sem pressa, até lançar Katia B, seu primeiro álbum, em 2000. "Quando comecei a investir em um trabalho autoral, passei a comprar equipamentos, fiz um estúdio pequeno em casa e trabalhei algum tempo até ter material para iniciar meu primeiro disco. Ele foi um nascimento, ainda engatinhando mesmo, do que eu queria falar, de uma música envolvente, mais lenta, viajante, sinuosa. Foi um primeiro momento dessa história. Este novo álbum é um amadurecimento, ficou mais direto, mais simples, menos produzido."

Só Deixo Minha Alma na Mão de Quem Pode, segundo disco da cantora, traz composições próprias, cantadas com a suavidade da bossa nova e rodeada pela atmosferas e texturas do trip hop. "Estou falando basicamente de amor, de ciúme, de mulher, de uma mulher feminina, pronta para a vida, inteira. Ouço muito Morcheeba, Beth Gibbons, Massive Attack, samba e bossa nova desde que nasci."

Katia sempre contou com nomes de peso na produção de seus álbuns. Só Deixo Minha Alma na Mão de Quem Pode traz Marcos Suzano, BID, Plínio Gomes, Marcos Cunha, entre outros. No seu primeiro CD, Katia teve a presença de Suba, produtor iugoslavio radicado no Brasil e morto em 99. Da parceria com o produtor, ela comenta: "Meu trabalho com Suba é um capítulo à parte, inesquecível." No mesmo ano a cantora participou do álbum do produtor, São Paulo Confessions. "A exposição que eu tive por causa dele na Europa, com o disco, está me abrindo muitas portas, críticas ótimas. Gerou um interesse, uma expectativa."

Katia trilha os mesmos passos de suas colegas Bebel Gilberto e Cibele Cavali, cantoras e também parceiras de Suba que arrancaram boas críticas da imprensa estrangeira fundindo música brasileira com elementos eletrônicos. Ela reconhece a proximidade dos trabalhos, mas acredita que cada uma tem sua particularidade. "Talvez a gente ficasse na mesma prateleira, mas são trabalhos autorais, que tem uma cara, uma personalidade."

Os shows desta terça e quarta no Teatro Maria Clara Machado, no Rio, contam com as participações especialíssimas do seu marido, o baterista dos Paralamas do Sucesso, João Barone, e do percussionista Marcos Suzano, além do figurino caprichado da estilista, e também carioca, Isabela Capeto. Tudo em casa.

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