Jéssica Barreto
Cansada do frio europeu, a hostess de 23 anos volta ao Brasil e tira a roupa para as lentes da Trip
Carioca criada em Belo Horizonte e recém-chegada a São Paulo depois de três anos morando em Paris, Jéssica Barreto encarou a sessão de fotos como um desafio. Aos 23 anos, sem nunca ter feito nenhum trabalho de modelo, essa fluminense de coração mineiro jura que nunca teve vontade de posar para uma revista, mas viu no convite uma chance de revelar um lado seu até então escondido. Dona de olhos penetrantes, ela venceu o medo da exposição, driblou o ciúme do namorado e protagonizou este ensaio.
Amante do do ritmo de cidade pequena, Jéssica acha São Paulo "impessoal demais" e diz que sentiu dificuldade de sair de Minas em direção à Europa. Escolheu viver na França pelo gosto que tem por moda e conheceu lá um namorado com quem morou três anos. "Me apaixonei pela França. É meio difícil morar em Paris porque os parisienses são bem complicados, fechados e até um pouco preconceituosos", comenta. "Fui sem saber falar nada de francês e acabei aprendendo na marra. Mas me adaptei bem à vida lá."
Para sobreviver em Paris, trabalhou como au pair com a família do DJ Dimitri Nakov. "O Dimitri me ligou um dia falando que a irmã dele estava precisando de uma babá. Ela foi uma querida e acabei indo trabalhar com eles. Fiquei seis meses fazendo isso e depois fui trabalhar num restaurante, onde eu também trabalhei como hostess", ela revela, comentando que hoje segue na profissão que já seguia desde os tempos de Belo Horizonte.
Recentemente voltou ao Brasil para se reconectar com o passado e curar um coração partido. "Voltei porque estava cansada do frio e do inverno. Eu já estava pensando em voltar quando acabei me separando do meu namorado da época. Era só ele que estava me prendendo lá. Sentia muita saudades dos amigos, da família e do meu país", revela.
Vaidosa, "Como toda virginiana" - explica, não sai de casa sem que a franja esteja perfeita, adora se maquiar, usar salto alto, é consumista assumida: toda semana dá uma incrementada no guarda roupa. Todo esse cuidado com a aparência se reflete em assédio masculino, claro. Mas a hostess, acostumada com as gracinhas depois de anos trabalhando na noite, diz que até se espantou com o comportamento dos paulistanos na balada.
"Hostess é calejada, já ouviu todas as cantadas que existem no mundo"
"Aqui em São Paulo os homens são recatados, não rola tanto assédio assim com as meninas. Eles não chegam chegando, normalmente rola uma delicadeza", explica. "Não sei se é porque eu passo uma imagem de mulher mais séria. É difícil alguém chegar com muita gracinha. Levo o assédio numa boa. Eu até acho engraçado. Hostess é calejada, já ouviu todas as cantadas que existem no mundo."
"Gosto de homens mais velhos e sérios. Nunca gostei muito de menininhos. Gosto de homens inteligentes e que não são muito da noite. Eu trabalho em baladas há anos e sei exatamente como rola. Jamais namoraria um cara que trabalha no mesmo meio que eu", ela continua, ainda sobre a vida na noite de SP. "Eu só tenho 23 anos, não quero trabalhar na noite para sempre. Quero um cara maduro, que me respeite e que me aceite como eu sou."
Namorando desde que voltou ao Brasil, ela diz ter adorado as fotos. E apesar de ter recebido apoio antes de decidir fazer o ensaio, conta que precisou driblar o ciúme do parceiro. "A princípio, ele gostou bastante. Mas quando viu a primeira foto deu uma surtada, falando que os amigos dele iam ver minha bunda [risos]."
"Fiquei em dúvida sobre fazer ou não. Passei um fim de semana pensando e decidi fazer. Claro que eu fiquei bem tímida no começo, mas depois fiquei feliz em ter concordado", ela contou depois das fotos. "Eu queria me ver em umas fotos diferentes e isso foi o que mais me fez querer participar: a curiosidade de me ver em um ensaio assim"