Irmandade sonora
Alceu Valença, que reúne músicas desconhecidas para seu novo disco, dá suas dicas culturais
Músico, compositor, poeta e até diretor de filme. O pernambucano e multitalentoso Alceu Valença lança seu novo disco, “Ciranda Mourisca”, primeiro título lançado por ele pela gravadora Biscoito Fino. Com um pé no Oriente, o disco traz um tom mais acústico, harmonizações mais leves e, segundo Alceu, uma “irmandade sonora”, isto é, músicas que se parecem umas com as outras, formando um todo. Com 35 anos de carreira, o artista reúne 12 músicas compostas durante sua trajetória musical, afirmando que algumas passaram despercebidas ao grande público por seu “lado B”, ou seja, por serem músicas que não se encaixam na moda da época: “Eu não acredito no novo e nem no velho, eu acredito na criação. Eu não quero ser moderno, quero ser eterno”, diz Alceu. O nome do disco é inspirado na tradicional dança nordestina na qual as meninas dançam com vestidos floridos, dão às mãos umas às outras e fazem roda. O que para Alceu é um “barato total”. Além disso, influências de sonoridades árabes podem ser encontradas nas violas dedilhadas que lembram a música moura e permeiam as faixas do disco. Antes de nos apresentar suas dicas, Alceu conta sobre o “filme-cordel” que já escreveu e batizou de “Cordel Virtual ou a Luneta Mágica do Tempo”. “É um grande desafio pois é uma coisa que não tenho muita intimidade, como a música”, explica ele. O início das filmagens está previsto para este ano e Alceu já nos adianta: “O meu roteiro não é bom, é excepcional!”
1. Filme: Acossado (1959), de Jean-Luc Godard - “Um filme maravilhoso.”
2. Livro: A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna. - “Estou relendo e vale a pena.”
3. Música: Dino Braia, da DNA Brasil – “Um cara de pernambuco muito bom.”