#IranJeans

Em resposta a premiê israelense, jovens iranianos exibem suas calças na internet

por Felipe Maia em

Em recente entrevista à rede BBC, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cutucou o regime político iraniano. "Eu acho que, se o povo iraniano tivesse liberdade, eles usariam jeans, ouviriam música ocidental e teriam eleições livres”, disse ele.

Embora esteja certo quanto às eleições, alvo de críticas por supostas fraudes e caminhos tortuosos - representantes da oposição foram vetados ou presos antes mesmo da candidatura ao último pleito -, o líder israelense está enganado sobre as outras afirmações.

Não que a unânime peça e as canções do lado de cá do globo sejam sinônimos de liberdade, mas os iranianos tem mostrado nas redes sociais que isso existe por lá também. Especialmente quando o assunto é moda.

Sob a hashtag #IranJeans, homens e mulheres tem divulgado fotos nas redes sociais em resposta ao premiê de Israel. Nas imagens, um país de pernas jovens usa tênis coloridos e a calça de denim que já foi símbolo de rebeldia.

Esse status perdeu força na década de 1970, assim como o duro regime teocrático do Irã. A partir da Revolução Islâmica, o item básico do vestuário ocidental, até então visto com maus olhos, começou a se infiltrar no país que se abria à democracia.

Se a sanção ao jeans é coisa do passado na república persa, a liberação não vale para as redes sociais. Twitter e Facebook, por exemplo, têm acesso bloqueado no país a mando do atual ministro iraniano das telecomunicações.

Isso não impediu que o #IranJeans ganhasse forma. Na galeria acima estão várias fotos clicadas por jovens iranianos que não só usam a emblemática calça, como também burlam os bloqueios virtuais do país a ponto de criarem a página “Iranian in Jeans”.

Crédito: Reprodução
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