Esquentando o caldo

Depois de seis meses de espera, a APT conseguiu reunir competidores dos quatro cantos do globo

por Carlos Sarli em

TEXTO CARLOS SARLI ILUSTRAÇÃO CIRILO DIAS

Juntar competidores dos quatro cantos do globo em três dias tendo como base da convocação previsões climáticas. Esse é um dos grandes desafios para quem organiza campeonatos de surfe em ondas grandes. Apesar da evolução dos boletins meteorológicos, é muita variável para combinar: direção, tamanho e período da ondulação, intensidade e direção do vento, maré e por aí vai. No último dia 31, depois de seis meses de espera, os organizadores do circuito mundial de surfe tow-in conseguiram reunir duplas de diversas nacionalidades em Punta de Lobos, Chile, e realizaram a primeira etapa da temporada 2008/09. Vai para três anos que a APT (Association of Professional Towsurfers) tenta pôr em pé o circuito. No primeiro houve apenas uma etapa com ondas regulares no Havaí, no segundo somou-se à dificuldade logística a financeira, e agora o Chile, que costumava encerrar a temporada, acaba iniciando a seguinte.

Os surfistas comparecem apesar de a premiação mal cobrir as despesas. Como disse Sylvio Mancusi, que dividiu US$ 1,5 mil com o parceiro Edílson Assunção pela quarta colocação: “Investindo no futuro do esporte e motivados pelo desafio”. A dupla australiana Koby Abberton/Ryan Hipwood ficou com o título, seguida pelas brasileiras Danilo Couto/Rodrigo Resende e Everaldo Texeira/Yuri Soledade. As oito primeiras colocadas no Chile têm vaga garantida para a etapa de Jaws, Havaí, cujo período de espera vai até março.

Outra discussão relevante para esse tipo de prova é o tamanho das ondas. O assunto estará na pauta por aqui nos próximos dias. Ontem foi dado o sinal verde para o Red Nose Tow In Championship, que deve acontecer entre segunda e terça em Maresias, SP. São esperadas ondas de até 12 pés com intervalo de 14 segundos, condição muito especial para o padrão brasileiro e cinematográfica em Maresias.

A primeira prova da modalidade no Brasil reunirá 21 equipes convidadas, oito delas estrangeiras que receberam ontem a convocação. Com R$ 100 mil de premiação, a melhor que o surfe a reboque já ofereceu, é provável que os convidados apareçam.

SURFE EM JOGO
Mesmo com ondas fracas em Maresias, o formato do Desafio Brasil X EUA motivou a torcida e provou ser eficiente para a TV. O Brasil ganhou.

CORRIDA DE AVENTURA
Depois de quase quatro dias e 520 km de prova, os neozelandeses da Orion venceram o Mundial disputado no NE brasileiro. A brasileira Oskalunga ficou em quarto.

SKATE NA VIRADA
Provas de slalom no sábado no Museu do Ipiranga, de banks no CEU de Campo Limpo e demo de vertical no Sambódromo no fim de semana compõem a Virada.
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