Escolhas do relacionamento pessoal

por Luiz Alberto Mendes em

ESCOLHAS

 

 

Viver é sempre escolher. As alternativas são múltiplas. Embora às vezes nos sintamos encurralados entre poucas ou nenhuma. Isso é bloqueio de nossa capacidade de entender. Às vezes a influência da emoção é imperceptível. A vida vive prenhe de opções. E as opções somente acabam quando deixamos de procurá-las. As decisões é que são únicas.

Ao acordar, definimos se vamos continuar dormindo, ou se levantamos. Começa ai a pressão do cotidiano. Viver é processo que envolve decisões contínuas. A maior parte delas inconscientes. E é o conjunto delas que fazem de nós o que somos. Sem querer redundar, somos produto de nossas escolhas.

No terreno do relacionamento pessoal, podemos pensar diversas escolhas. A necessidade e o gosto, por exemplo. É como a fome e o paladar. Matamos a fome mesmo que não se consiga o prazer de comer. A necessidade de satisfazer o prazer permanece. 

Existem homens e mulheres brancas, morenas, loiras, orientais e tem as mulatas, preferência nacional. Acredito até que as mulheres escolhem mais que os homens. Quando conseguimos nos aproximar é porque já fomos escolhidos.

Há quem escolha pôr dimensões. Mas a beleza física não parece fundamental no gosto de cada um. Algumas mulheres são lindas sem serem bonitas. Um sorriso pode iluminar tanto que pode por ele ser iluminado. A simpatia, a graça, o charme, constituem estruturas de beleza para além do visível pelos olhos.

Tenho um amigo que sempre adorou mulheres pequenas. Dizia sempre aquele chavão sobre o perfume e os menores frascos. Buscava harmonia, delicadeza em proporções reduzidas. Ele era desses morenos grandes de corpos atléticos, chamava a atenção. As garotas o assediavam e ele as recusava somente pôr não preencherem seus critérios. Era mais que uma decisão; era uma determinação. Não havia dúvidas que um dia encontraria a parceira ideal, tal o empenho com que zelava pelo padrão desejado.

Fiquei anos sem vê-lo. Havia sido transferido para uma filial da empresa em que trabalhava. Quando reapareceu, causou-me satisfação ouvir sua voz rouca ao telefone. Sua principal novidade: estava casado. Queria apresentar a companheira. Encontrava a mulher ideal e estava feliz. Pensei: no mínimo havia encontrado uma anã e não a deixou voltar para o circo.

No almoço pôr eles oferecido, minha cara de pasmo deve tê-los impressionado. Aquela mulher enorme ficou vermelha; ele gaguejou ao me cumprimentar. Logo me recompus e procurei disfarçar minha imensa surpresa. Ele estava mais magro, até meio abatido. O que havia acontecido?

A única explicação plausível, é que as escolhas, em matéria de relações pessoais, mudam. A forma não importa, o conteúdo é determinante. Nossos gostos e opções se adaptam a nossos sentimentos.

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Luiz Mendes

16/08/2010.

 

 

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