Com quantos paus se faz uma canoa

por Marcos Candido
Trip #260

Pelo segundo ano consecutivo, os brasileiros da Samu Team Brazil ficam entre os 20 melhores na copa do mundo 
da canoa havaiana

Imagine-se tendo que traçar uma estratégia para vencer 65 quilômetros de maré grande e disputar a dianteira com 93 adversários profissionais à espreita. Some a esse cenário uma agenda apertada, raros patrocinadores e uma modalidade pouco conhecida em sua terra natal. Ano após ano, a Samu Team Brazil faz história pela canoa havaiana. Pela segunda vez consecutiva, o time formado por atletas brasileiros amadores – professores de educação física, praticantes de SUP e rafting – subiu ao pódio da Molokai Hoe, a tradicional travessia entre as ilhas de Molokai e Oahu, no Havaí.

Com um revezamento bem calculado para amenizar o cansaço físico, a Samu conseguiu garantir a 17ª colocação, com o tempo de 5 horas e 36 minutos – os 20 primeiros colocados são premiados. No ano passado, a Samu ficou com o décimo lugar. Criada há sete anos por Sergio Prieto e canoístas de diferentes estados brasileiros, a Samu Team Brazil unificou o sentimento de esportistas que estavam por aí, avulsos, em busca de uma união de ponta. Ainda vigoram, porém, treinos feitos em represas como a Guarapiranga, em São Paulo, onde o clima é bem diferente das provas internacionais. E, por falta de patrocínio, o grupo nem sequer conta com a dieta arrojada das elites: a medalha da Molokai Hoe foi conquistada com a ajuda de latas de atum e macarrão. "Não temos muito dinheiro, e comer lá fora é muito caro", explica Sergio.

Para ir ao Havaí, os atletas precisaram arrecadar R$ 24 mil de doadores. Quem os financia, porém, não tem do que reclamar. Para 2017, a equipe, que é apoiada pela Trip Editora, já se prepara para competir o mundial no Taiti. E, claro, para disputar mais uma coroa nas águas de Molokai Hoe. "Vencer lá é sempre um sonho!", diz o atleta.

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