Derrubando a Muralha

As origens e a história das grandes marcas de surf

por Redação em

Essa história começa 45 anos atrás numa cidadezinha de 1500 habitantes no país com a menor densidade demográfica do mundo e termina, ou melhor, e segue no próximo sábado no país que concentra 20% da população mundial.

No ano de 1969, em Torquay, Austrália, os surfistas Doug Warbrick e Brian Singer começavam a Rip Curl, marca originalmente focada na produção de roupas de borracha, indispensáveis nas águas frias da costa sul australiana, e nas pranchas de surfe.

Um ano depois, um amigo dos dois, Alan Green, sugeriu a confecção de roupas. Eles não se empolgaram, mas, para ajudar o amigo, cederam um espaço no imóvel que ocupavam, sem liberar o uso da marca. A decisão obrigou Green a criar a própria etiqueta: nascia a Quiksilver. Mais três anos, 1800 quilômetros a nordeste dali, na Gold Coast australiana, surgia a Billabong.

Nessas quatro décadas as três marcas se expandiram mundialmente, abraçaram outros esportes de pranchas como o skate e o snowboard, desenvolveram ou incorporaram marcas para esses segmentos e para o público feminino, promoveram a abertura de seus capitais em bolsas  e, hoje, têm uma fatia expressiva do faturamento de uma indústria cujo movimento se aproxima da casa dos dois dígitos de bilhões de dólares.

Até há pouco tempo vistas com certo desprezo pelas grandes empresas de artigos esportivos, as marcas de surfe e skate agora já estão no radar dos grandes grupos. A outrora "marginalizada" Quiksilver comprou recentemente a supertradicional marca de esportes de neve Rossignol, movimento que amplia a intersecção e a disputa do mercado com gigantes como a Nike e a Adidas.

Mesmo que essa expansão tenha comprometido um bocado o idealismo que inspirou seus pioneiros fundadores, as principais marcas do surfwear ainda preservam muito de suas identidades, o que lhes dá carisma com o público jovem e é decisivo na hora de escolher os shorts no balcão da loja.

Essa identidade se percebe quando um dos maiores skatistas da atualidade, Danny Way, é sócio de uma das marcas controladas pela Quiksilver, a DC Shoes, e que, não por acaso, patrocinará o maior desafio de sua carreira no próximo sábado: saltar de skate sobre a Muralha da China.

Way, 31, é patrocinado desde os 14 anos e já está acostumado a bater recordes. Nos X Games de Los Angeles, EUA, em 2003, ele decolou e bateu a marca dos 24 metros de distância e a de 7,14 metros de altura. Mas essas vão ficar pequenas perto do que ele está se propondo a realizar.

Para atingir seu objetivo uma estrutura com 36 metros de altura e 60 graus de inclinação, a maior já construída para skate, está senda concluída no Portão de Ju Yong Guan, Beijing. Nesse que é um dos principais pilares culturais e turísticos da China, Way terá que saltar a uma velocidade estimada em 80 km/h para pousar com segurança do outro lado.

Sua tentativa será transmitida ao vivo pelas principais cadeias de TV do mundo, e o skate e a marca nascida nos fundos daquela casa da pequena Torquay ganharão mais alguns milhares de fãs. 

NOTAS 

Mundial de surfe - WCT 

Mick Fanning venceu o também australiano Phillip MacDonald na etapa da Ilha Reunião e encostou no segundo do ranking, Trent Munro. Kelly Slater segue líder e Peterson Rosa, terceiro na prova, subiu para a 17ª  posição e é o melhor brasileiro no Tour. 

Circuito Brasileiro de Longboard 

Os paulistas dominaram a segunda etapa do circuito, o Petrobras Classic, disputado em Salvador, BA. Jaime Víudes venceu, seguido por Danilo Mulinha, atual líder do ranking, Picuruta Salazar e Amaro Matos.

Münster Monster Mastership 

Na etapa do mundial de skate realizada na Alemanha só deu brasileiro: no vertical, Sandro 'Mineirinho' Dias, no street, Daniel Vieira, e no feminino, Karen Jones. Amanhã começa a etapa da República Tcheca.

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