Definições de Sentimentos

por Luiz Alberto Mendes em

Conceitos

 

Gostar de um homem ou uma mulher pela sua beleza, pela atração sexual que exerça sobre nossa libido, ou até pela sua inteligência, capacidade ou arte, ainda não é amor. Apenas reduzimos a pessoas às dimensões de nosso entendimento e sentimento. Quando pergunto sobre qualquer coisa que eu sinta, estou em dúvida. Amor, até onde sei ou imagino saber, é auto-evidente; parece que quem tem a glória de sentir tão forte emoção, transpõe as fronteiras de onde opera nosso individualismo. Não há como disfarçar, esconder, a pessoa como que implode e explode em seguida. O rosto transfigura-se e o mundo da lua é sua morada. Os olhos brilham e todo ser se ilumina como uma árvore de Natal. Não há possibilidades de dúvidas.

É a grandeza, a riqueza e a beleza humana própria daquela pessoa que estamos amando que nos chama a dilatar o que somos para recebê-la em nós, em nosso âmago. E precisamos responder àquela dimensão de vida a que somos convocados a nos ampliar para receber. Esse desafio nos aumenta e nos surpreende; acabamos dando até o que desconhecemos e assim nos descobrimos. Principalmente quando o alvo de nossos sentimentos descompensa, ameaça e até se nos torna hostil. O amor alarga a paciência e nos conduz a que ultrapassemos o medo que, em tese, nos protegeria. Protegeria da perda, da dor, de nossas desconfianças, espertalhices, inseguranças, fraquezas e principalmente do que nos separa dos outros e nos individualiza.

Em amando creio que é preciso jogar tudo sem pensar em depois; é uma dádiva, o supra sumo da existência. É preciso dar o valor maior; é absolutamente necessário dar tudo; encarar de frente e se atirar de corpo e alma. Amor é mergulho profundo. Quem aposta nessa jogada conosco prova que é digno de viver no centro, de onde jorra nossa existência. Amar talvez seja viver a vida com mais conhecimento, com mais largueza e profundidade. Eu, aqui com minha colher, ainda fico a me imaginar colhendo estrelas pelo céu…

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Luiz Mendes

18/12/2013

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