De olho no crime
Fotógrafo Bob Wolfenson registra as apreensões nacionais
Bob Wolfenson libera imagens inéditas dos bastidores de "apreensões" e fala da experiência de fotografar os controladíssimos objetos confiscados pela polícia
Um dos principais fotógrafos do Brasil, Bob Wolfenson se embrenhou no universo da polícia e do combate ao crime. Para produzir a imagem acima e as que acompanham as colunas edição 199 da Trip, ficou durante meses na cola de delegados e juízes em busca de autorização para clicar armas confiscadas, drogas apreendidas, celulares contrabandeados, máquinas caça-níqueis e animais silvestres engaiolados. Viajou a locais como Belo Horizonte (MG), Juquitiba (SP), Cuiabá, Sinop e Guarantã do Norte (MT) e conheceu pessoas como o delegado da capital mineira Marcelo Couto (na foto abaixo) que o ajudaram a realizar o projeto.
A pedido da Trip, Bob liberou essas imagens inéditas dos bastidores do trabalho. A série "Apreensões" virou um livro de mesmo nome lançado pela Cosac Naify em setembro e uma exposição no Centro Universitário Maria Antônia, em São Paulo. A mostra deve chegar ao Rio em junho.
A ideia de iniciar o projeto, conta o fotógrafo, surgiu após observar os objetos que foram a leilão e que pertenceram ao traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadia, preso no condomínio de luxo onde morava em Aldeia da Serra (Grande São Paulo) em 2007. "Aqueles objetos são o retrato de um Brasil, de um estrato de pessoas neste país. Todos os dias mercadorias ilegais são apreendidas. Acabamos nos acostumando a isso, achando normal. Ficamos cegos de tanto vê-las", afirma o fotógrafo. "Minha intenção foi ampliar essas imagens, mostrar sua potência e o que o conjunto delas representa. Quis fugir da ligeireza dos fatos jornalísticos." A foto preferida dele é esta acima, de um carrinho de supermercado repleto de metralhadoras. "É a imagem ícone da série."
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