Comida viva

Para especialista em detox, antídoto para dieta industrial é a relação afetiva com o alimento

por Pedro Henrique Araújo em

Para o especialista em desintoxicação José Fernandes, o antídoto para uma dieta industrial é a relação afetiva com o alimento

O detox está na moda. Atores fazem, cantores fazem, empresários fazem, descolados fazem, caretas fazem – todo mundo quer fazer. Mas, fora dos modismos, o rehab alimentar já tem muitos adeptos e pesquisadores sérios, como o carioca José Fernandes da Silva Junior. Ele tem passagens pela Escola de Reeducação Alimentar (ERA), passou 11 anos no projeto Terrapia, unidade do núcleo de medicinas naturais da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e foi até Porto Rico colher mais informações no Instituto Ann Wigmore. Há cinco anos, Zé coloca em prática suas técnicas no spa Maria Bonita, em Nova Friburgo (RJ), e também no Rio de Janeiro. Lá ele utiliza o alimento “vivo” para emagrecimento, desintoxicação e combate de problemas de saúde como hepatite e diabetes. Como isso funciona? “Temos informações nos alimentos. Neles existem moléculas de silício que agregam informação nutricional e têm relação com o

meio ambiente, lidas por nossos neurônios. Mas, acima de determinada temperatura, essas informações se perdem”, ele explica. Por isso, é defensor da “comida viva”, ou crua.

“Encaro a alimentação como se fosse um dependente químico. Dentro desse contexto, a pessoa tem que tomar a atitude de reconhecer se aquilo faz bem ou mal a ela, se é veneno ou vida. E, dependendo da disposição e da aceitação de um novo processo, você descobre as suas dificuldades, normalmente emocionais, vinculadas ao alimento.”

Para Zé a relação que temos com o meio ambiente é essencial para o equilíbrio e os venenos podem ser evitados com atitudes simples. “Bom ar, boa água, boa exposição à luz e um bom contexto com a terra: é isso que dá as condições básicas pra viver neste planeta. Sementes e alimentos crus completariam o quadro. O resto é o resto.” Mas nem sempre a vida dele foi assim: há 18 anos, sua dieta básica era bem menos regrada. “Eu tomava três garrafas de cachaça por dia, cheirava de 5 a 10 gramas de cocaína, fumava maconha, cigarro e tinha uma empresa de transporte.” Isso é ser junkie? “Não sei o que é junkie, não falo inglês.”

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