Cafofo internacional

Viajantes trocam o hotel pelo AirBnb, serviço on-line em que você aluga apartamentos

por Augusto Olivani em

Cada vez mais, viajantes trocam o hotel pelo AirBnb, serviço on-line em que você pode alugar apartamentos de outras pessoas por tempo limitado. Do outro lado do balcão, já tem gente que transformou a ferramenta em business

O crítico de vinhos Luiz Horta (glupt.com.br) gosta de ser habitante das cidades que frequenta. Ele é do tipo que precisa de uma dose regular de ares internacionais para espantar a rabugice assumida com assuntos locais – algo que ficou fácil de resolver desde que ele se tornou usuário assíduo da rede AirBnB, que intermedia a relação entre quem tem um espaço extra para alugar e quem deseja uma vivência típica fora do país.

No ano passado, Horta passou mais de três meses em Berlim e um mês em Paris, passando por seis imóveis diferentes. Seu marido, o crítico de perfumes Dênis Pagani (1nariz.com.br), permaneceu mais de cinco meses seguidos na Europa no mesmo esquema. Eles são categóricos: “Se não fosse o AirBnB, isso nunca seria possível”.

Apreciadores da vida que se leva em bairros, eles aproveitam a oferta do site para conhecer diferentes regiões de cidades que dominam (em Paris, enveredaram pelo Marais e pela parte baixa de Pigalle) ou para se aprofundar em território novo (como Prenzlauer Berg em Berlim). “Nós vivíamos como locais, criávamos nossa própria rotina. Isso seria impossível em um hotel, como seria inviável fazer um contrato de aluguel”, diz Dênis. Agora, eles planejam dar uma escapada do Brasil durante a Copa. O provável destino: Lisboa. “Um passatempo é ficar navegando pelo AirBnB para encontrar lugares legais para alugar, a viagem já começa a se desenhar assim”, confessa Horta.

Do outro lado do balcão tem outro casal de brasileiros. Pedro Jardim e Tainá Moreno moram em Berlim há cinco anos, onde coordenam o Agora Collective, um espaço de coworking. Mas a principal fonte de renda deles vem do AirBnB: eles alugam um quarto no apartamento onde moram e três estúdios nas imediações de Neukolln, Kreuzberg e Mitte, além de quatro pequenos imóveis no litoral paulista de São Sebastião. Membros do AirBnB desde 2010, seu perfil foi o primeiro a receber a distinção superhost em Berlim: já receberam cerca de 1.200 pessoas, com 350 comentários positivos. O negócio prosperou a ponto de Pedro ter aberto uma empresa de limpeza chamada Apoio (apoio.co) para fazer o pré e a pós-locação, em sociedade com um de seus hóspedes. “O AirBnB maximizou o potencial de experiência individual de uma viagem, é diferente do ambiente pasteurizado de um hotel, que pode ser o mesmo em qualquer lugar do mundo”, diz Pedro. “O sistema de avaliação dos usuários das duas pontas faz com que as pessoas confiem mais umas nas outras e aceitem as diferenças.”

Vai lá: airbnb.com.br

Crédito: Arquivo Pessoal
Crédito: Arquivo Pessoal
Crédito: Arquivo Pessoal
Arquivado em: Trip / Viagem / Comportamento / Viagem