Boa base é essencial

O Brasil está no rume certo

por Redação em

Base no surfe é a forma com que o atleta se posiciona sobre a prancha. Pode ser também o que há anos estamos tentando formar para que o Brasil tenha participação cada vez mais destacada nas competições internacionais.

Não vou dizer que, como é percebido quando o assunto é futebol, o segundo lugar é o primeiro dos últimos. Ir mais longe até que já seria um grande progresso, mas, enquanto o título não chegar, a comunidade do surfe vai continuar tão frustrada quanto toda a nação ficou com o resultado no Maracanã da final de 1950. Como sabemos, na bola, valeu esperar mais oito anos e vale até hoje.

Lembro de uma foto de Neco Padaratz posando com uma prancha Avelino na frente do palanque do Lightining Bolt no Guarujá. Foi sua primeira competição longe de casa e sem dúvida foi importante para que ele recentemente comemorasse o bicampeonato do WQS. A marca do raio foi a primeira a prestigiar os iniciantes.

Há poucos dias acompanhei algumas baterias da final do Rip Curl Gromsearch, campeonato para a molecada que desde o ano passado virou um circuito com três etapas. É de encher os olhos ver garotos e garotas com idade de um dígito ou pouco mais trocando de bordas, arriscando aéreos e até tubos.

Melhor é ver que tudo rola num clima amistoso, com os locais recepcionando colegas/adversários que vêm de fora, as partidas de ping-pong, pebolim, play station e o churrasco de confraternização oferecidos pela organização virando uma grande folia e, principalmente, os vencidos comemorando com os vencedores.

São quatro categorias, a principal delas, a mirim, que, desde o ano passado, dá direito a vaga para o Mundial sub 16 ? que aliás, a Rip Curl estréia esta semana na Austrália, simultaneamente à etapa do WCT que a marca promove em Bell`s Beach.

Bruna Schmitz, 14, e Geancarlo Zampieri, 16, campeões do Gromsearch no ano passado estão a partir de hoje representando o Brasil. Bruninha, que chegou ao bicampeonato da seletiva vencendo a última etapa, único resultado que lhe servia, estará lá novamente em 2006, desta vez com Wesley Moraes, 13, quando, além de competir, terão uma bolsa de estudos como prêmio.

As novas gerações estão tendo cada vez mais oportunidades. Bruninha se formou na escolinha de surfe do Peterson Rosa em Matinhos (PR), aos 11 anos já tinha patrocinador, acumula cinco viagens internacionais e não tem faltado competições para se motivar. Quando voltar da Austrália encara o Hang Loose Surf Attack, a 18º edição do circuito paulista para as categorias de base, cuja primeira das quatro etapas começa no próximo dia 9.

Um pouco mais velhos, o pernambucano Paulo Moura e o carioca Raoni Monteiro, que costumavam vir para São Paulo correr o Hang Loose Jr. Mirim, hoje também estão na Austrália e são dois dos principais brasileiros que esperamos ver brilhar na elite mundial.

NOTAS

AUSTRÁLIA WQS ? WCT
Campeão em 2004, Neco Padaratz ficou em terceiro no Salomon Masters 2005, primeira etapa seis estrelas do ano. Troy Brooks venceu a prova. Pelo segundo dia consecutivo o vento forçou o adiamento do início do Rip Curl Pro, segunda etapa da primeira divisão.

CORRIDA DE AVENTURA

Duas equipes terminaram empatadas na primeira etapa do Brasil Wild disputada este final de semana em Paraty. As equipes Saracura e Clight Salomon Atenah completaram o percurso de 133 km em 23 horas, resultado inédito no Brasil.


PAULISTA DE WAKEBOARD

O paulista Marcelo Giardi e a carioca Mariana Martins venceram a segunda etapa do Circuito disputada em Lindóia.
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