As coisas que cegam

por Luiz Alberto Mendes em

 

Fúria Fria

 

Nada pode ser muito mais

Do que já temos.

A começar por aquela velha hora

Que inicia cada amanhecer.

Vestimos os mesmos problemas de sempre

Os mendigos e os meninos

Dormindo pelas calçadas.

Adolescentes desempregados

Portanto perigosos,

A vagarem pelas vielas dos subúrbios.

Velhos deixados em seus pedaços

De papelão pelos cantos da cidade.

Gente que se atropela, tropica nas calçadas

E tromba no trânsito.

Testas franzidas olhos ameaçadores;

Estupidificados pela fúria fria

Das coisas que os cegam.

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Luiz Mendes

12/12/2012.

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