Acabou a farra
Para estar no top 10 do circuito mundial é preciso ter foco e preparo de atleta olímpico
Para estar entre os top 10 no circuito mundial de surfe só talento não basta, é preciso ter foco e preparo de atleta olímpico
Foi-se o tempo que um surfista da elite mundial caía na balada na véspera da competição. Apesar da sedução que a mistura de praia, biquínis, juventude e alteradores de sentido tem sobre esse universo, para os competidores isso deve estar fora da agenda, pelo menos para aqueles que pretendem estar – e ficar por um tempo – entre os melhores do mundo.
Amanhã começa Quiksilver Pro, na Austrália, primeira etapa do ASP World Tour 2010. O “time” brasileiro tem quatro representantes, um a mais que no ano passado, quando tivemos o menor número desde o início dos anos 1990. E um agravante, no meio da temporada quem não estiver entre os 32 primeiros do ranking vai rodar. Mas também um atenuante, os 10 primeiros do WQS vão subir.
Neco Padaratz volta ao Tour depois de um ano e meio afastado por contusão. Recebeu um dos convites da ASP. Fora a recente vitória de Mineirinho, as duas últimas conquistas brasileiras foram dele. Tem experiência e disposição, mas seu surfe está antiquado para os padrões atuais. Não deve estar entre os 32 depois do Taiti.
Marco Polo, 28, vai estrear. É atirado e os mares pesados podem favorecê-lo. Seu surfe não é dos mais modernos, apesar dos aéreos. Foi campeão catarinense, mas não é um vencedor nato. Está focado e vai ter que suar a camisa para permanecer na elite. Jadson Andre, 19, é outro estreante. Duas vezes vice-campeão mundial junior, é corajoso e sabe competir, mas vai ter que se adaptar para enfrentar atletas mais experientes. Tem surfe moderno, chances de se manter na elite e até surpreender.
E Adriano de Souza, o Mineirinho, é o cara, o brasileiro mais consistente no Tour. Abriu a temporada passada com um vice-campeonato na Austrália, chegou à primeira vitória na Espanha e terminou o ano em sexto. Precisa melhorar nas ondas maiores e não confundir foco com tensão. Tem tudo para continuar entre os top 10.
Entre os possíveis ingressantes, vindos do WQS, Alejo Muniz e Raoni Monteiro largaram muito bem. Gabriel Medina, 16, pode estar nesse grupo, apesar da idade. Certo, é que o novo formato vai exigir ainda mais dos competidores.
SURFE FEMININO
O Mundial começa amanhã, junto com o masculino, na Gold Coast, Austrália. Bruna Schmitz e Silvana Lima representam o Brasil.
A VER NAVIOS
Os atletas que disputaram em outubro o WQS no Guarujá, patrocinado pela Local Motion, ainda não receberam a premiação. A marca e a cidade podem ser banidas do circuito.
CORRIDA EM TRILHA
Kailash Trail Running em Sousas, SP, reúne corredores no domingo para prova de 11 km ou 6 km de caminhada.