A força da imagem
Os XGames começaram como as olimpíadas dos esportes de ação e hoje dependem da televisão
Há 14 anos, escrevia empolgado, neste mesmo espaço, sobre a primeira edição dos XGames, as olimpíadas dos esportes de ação. O pretensioso slogan fazia sentido para o evento, por sua grandiosidade, diversidade e também para facilitar a comunicação da proposta. Reunir esportes tão distintos e pouco divulgados quanto o skate e o paraquedismo num evento que teria imagens distribuídas para o mundo todo era um sonho para atletas cujas proesas reverberavam pouco além de seus pares.
A 15ª edição dos XGames começou ontem e segue grandiosa como as anteriores, mas a apropriação do termo olímpico se tornou menos adequada com os anos, especialmente por duas razões: a polarização nos EUA e o comprometimento televisivo.
Skysurfe e corrida de aventura – o decatlon dos esportes de ação – foram algumas modalidades testadas nas primeiras edições e que sucumbiram por não se adequarem às transmissões. O surfe viveu a mesma desgraça, apesar dos esforços para se encontrar um formato que fizesse mais sentido na TV.
A edição de verão dos XGames vai até domingo em Los Angeles e tem transmissão ao vivo pela ESPN, organizadora do evento. Quatro esportes disputam as medalhas, os motorizados Super X (motocross) e Rali (automóvel mesmo), BMX (bike), que tem o brasileiro Diogo Canina, e skate, com dez brasileiros nas categorias vertical, street, park, big air e o novo big air rail jam, que combina a megarrampa com corrimão. Bob Burnquist, que participou das 14 edições e soma 15 medalhas, Sandro Dias e Karen Jones são alguns integrantes do time brasileiro.
Também com pretensões olímpicas a International Surfing Association começa hoje na Costa Rica, com a Parada das Nações e a Cerimônia das Areias do Mundo, a oitava edição do ISA World Surfing Games, reunindo times com oito atletas de mais de 30 países.
O Brasil, campeão em 2000, vai com o time mais jovem, entre eles Gabriel Medina, 15, enquanto a França leva dois atletas do WCT, Jeremy Flores e Micky Picon. A Austrália, tetracampeã, é a equipe a ser batida.
MUNDIAL DE SURFE – WQS
Brett Simpson, 24, venceu o US Open e ficou com a bolada de US$ 100 mil. Adriano de Souza venceu Kelly Slater pela primeira vez e ficou em terceiro.
TRAVESSIA DE STAND-UP
Remando 51 km sobre a prancha o casal Alessandro “Amendoim” e Vivi Mateiro chegou em quinto na prova havaiana entre Molokai e Oahu.
PARAPENTE + MONTANHISMO
O suíço Christian Maurer, 26, cruzou 818 km entre Salzburgo e Mônaco em 11 dias. Seus adversários têm até as 11h24 de hoje (+48 horas) para concluir a prova.