A Dignidade Revista
Dignidade e Atitude
Ainda existem responsabilidades pessoais. Permanecer vivos e manter a dignidade talvez sejam as principais. Mas quando em conflito, por qual optar? Sacrifica-se a vida ou a dignidade? Vida é uma só, diriam os pragmáticos e dignidade é produto cultural. Nós construímos a cultura e, portanto somos capazes de reconstruir a dignidade.
Que bom fosse assim linear, fácil de resolver. As vidas e as mortes podem ser muitas. E não estou falando no postulado reencarnacionista. Protagonizei várias vidas até agora e nada em mim morreu. Talvez porque seja um sobrevivente. Já fui menor de idade em conflito com a lei, presidiário, professor... Sou ex-tudo até o fim, além de estar metido a escritor.
Ano que vem entro na terceira idade. Será a chamada “melhor” idade. Que de melhor sei, não tem nada. Mas vai me encontrar em boa forma física e preparado mentalmente. Envelhecerei como se não envelhecesse.
Dignidade sim, eu entendo como única. Esta dentro de nós, mas também é o respeito no outro que conquistamos. É verdade: nós construímos. Mas o processo tem sido como o de cicatrização. Indelevelmente marcado a ferro e fogo. Não há como reconstruir; desde que nascemos estamos nessa árdua labuta. Claudicamos, vacilamos e cometemos erros imperdoáveis. A dor nos tange, em consequência. Mas a dignidade permanece, mesmo que ferida de morte. De acordo com o entendimento de cada um, a crescer e a cobrar de nós melhores atitudes.
E hoje dignidade não esta mais atrelada a conceitos religiosos ou morais. Já não tem nada a ver com sexo, dinheiro, religião, costumes, trabalho, amor e todas as outras atividades humanas. E tem tudo a ver com a atitude para atuar em todas essas dimensões. É o jeito de como lidar com o outro, com a ecologia, com a sociedade e com o mundo em geral.
Dignidade hoje é atitude.
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Luiz Mendes
16/02/2011.
Pais para com os filhos e do professor com o aluno, por exemplo.