A busca de entender
Questões
Tem sido nosso passado, o que fizemos de nós e vivemos até aqui, que nos formou para sermos como somos e, portanto, como nos guiamos. Ou foram nossos anseios, planos para o futuro, objetivos que queremos alcançar, que nos moveram para onde estamos indo?
Poderia ser a mistura de ambos; uma terceira opção? A experiência do passado aliada à imperiosidade de nossa vontade de alcançar nossos objetivos nos levando ao que nos destinamos. Não parece a que mais contempla e preenche?
Antes de responder, é preciso definir se o que somos lá por dentro de nós, é algo que nos veio de fora ou é algo que esta conosco, que nasceu dentro de nós e nos consiste. Também aqui a terceira alternativa parece que, ao misturar as duas, torna-se mais coerente com o que sentimos. Nascemos diversos uns dos outros, embora semelhantes. Cientistas afirmam que o nosso DNA é único e que não tem condições de se repetir novamente. As dúvidas são poucas de que existe algo que nasceu conosco, em potencial, e que esta dentro de nós, sendo realizado aos poucos. As dúvidas tornam-se menores ainda de que esse potencial depende da relação com o que há fora de nós para se desenvolver e nos transformar no que somos. Parece que somos essa simbiose.
Assim como nem sempre fazemos o que fazemos para isso ou aquilo, nossos objetivos e ideais, frutos do pensamento, são apenas parte das coordenadas que vão determinar nosso norte. Nós tomamos nossas atitudes porque tudo o que vivemos nos dotou de experiências e nos formou, nos levando a pensar como pensamos. Somos filhos do potencial, das tendências com que nascemos e do que desenvolvemos desse potencial no mundo de relações.
Palavras, textos e contextos são invenções humanas para tentar entender e explicar o que há. O problema é que as explicações são limitadas, temporárias e nada é para sempre. Tudo pode se transformar em algo que, provavelmente, seja completamente diverso do esperado. A largata e a borboleta são exemplos clássicos.
Estamos lançados no mundo e não há como não sermos afetados por tudo que há nele. Tudo o que nos contenta, que nos faz bem, tendemos a querer novamente e sempre. Se nos derem o pé (e o pé for bom...) vamos querer a mão, o braço, o corpo inteiro. Faz parte de nossa natureza lutar pelo que gostamos. É óbvio que o que nos desagrada, nos afasta com a mesma intensidade. Embora ai exista um elemento para torna mais complexa a questão. Muitas vezes algo esta nos fazendo mal, sabemos que esta nos prejudicando e, no entanto, fazemos uso. A bebida alcoólica, o fumo, as drogas, as emoções violentas, o vandalismo, adrenalina, são exemplos mais próximos. Mas há pessoas que também nos fazem mal e que não conseguimos nos desembaraçar. Ficamos atrelados a elas sem que delas consigamos nos separar. Creio que isso faça parte do caldo cultural de nossos erros, defeitos, limites e até fraquezas que vão virar em dor e sofrimento. Depois, na reflexão, transformar-se em Experiência de Vida, o tesouro mais cobiçado da existência.
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Luiz Mendes
12/05/2014.