Stela Goldenstein, Trip Transformadores 2015

Ela começou a trabalhar em função do planeta cedo, mais especificamente em 1975, e milita na área ambiental

por Redação em

O Trip Transformadores, que há quase uma década compõe a agenda de eventos da editora, homenageia pessoas que ajudam, com suas iniciativas, a fazer do mundo um lugar melhor. Mas, além disso, o movimento carrega consigo o conceito de inspiração – afinal, reconhecendo estas personalidades e estes agentes sociais, o prêmio busca atingir e estimular outras pessoas a também contribuírem para um mundo mais igualitário, equilibrado e justo. Uma das homenageadas deste ano, a geógrafa Stela Goldenstein, assim como o prêmio, tem um trabalho diário de engajamento das pessoas. No caso dela, por uma causa específica: a recuperação da bacia hidrográfica do Rio Pinheiros. E ela sabe que para atingir o seu objetivo, é preciso que milhares de pessoas queiram atingi-lo também.

Stela começou a trabalhar em função do planeta cedo, mais especificamente em 1975, e milita na área ambiental muito antes desta luta ganhar entusiastas por todo o país. E o meio ambiente, nós sabemos, é resultado de uma série de intervenções e fatores sociais. O interesse dela por essa temática cada vez mais em evidência surgiu, justamente, quando trabalhava em um destes fatores: o Planejamento Urbano – sua especialização acadêmica e área na qual atuou por anos. Ao trabalhar no setor público – ela foi secretária estadual do Meio Ambiente na gestão Mário Covas, secretária municipal na gestão Marta Suplicy e assessora do prefeito e depois do governador José Serra – e lidar com a urbanização de favelas e outras regiões que permeiam a nossa cidade, Stela passou a se interessar e se aprofundar em planejamento ambiental e recursos hídricos.

Há dois anos, ela faz parte da Fundação Águas Claras do Rio Pinheiros. Uma instituição não governamental que exemplifica exatamente como as coisas – e consequentemente os problemas – da nossa sociedade estão interligadas. O objetivo é claro e o próprio nome revela: recuperar um dos principais rios do nosso país. Acontece que esse rio recebe água de diversos córregos ao longo de sua bacia hidrográfica e para revitalizá-lo é necessário revitalizar estas fontes simultaneamente. E há ainda os problemas com o saneamento básico das áreas que estão sob vulnerabilidade social no entorno da bacia, além é claro da responsabilidade de todos sobre os lixos e resíduos depositados nas ruas e calçadas diariamente.

O Rio Pinheiros, enfim, reflete uma série de conflitos administrativos da nossa cidade e despoluí-lo vai muito além de uma mudança operacional: é um trabalho constante de estudos, mobilização e comprovação de que há sim um jeito de salvar nossos recursos hídricos. Mas é preciso começar já – como adiantou a geóloga no evento de abertura do Trip Transformadores de 2015. Como diretora executiva da entidade, ela é um exemplo claro de que se a bacia hidrográfica do Rio Pinheiros é uma cadeia, que depende de inúmeros fatores, a transformação deste cenário é também algo exponencial, que se transmitida e observada de forma abrangente – sem olhar apenas para o próprio Rio – pode sim resultar em um milagre muito maior que transformar água em vinho: transformar córrego em rio, novamente.

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