Logo Trip

Os dias perfeitos de Jaffar Bambirra, o Téo da nova série do Globoplay

Protagonista de Dias Perfeitos, o ator fala sobre a perda da mãe, os altos e baixos da profissão, fama e relacionamento

Jaffar Bambirra, ator da minissérie brasileira de suspense, Dias Perfeitos, da Globoplay

Jaffar Bambirra, ator da minissérie brasileira de suspense, Dias Perfeitos, da Globoplay


Por Redação

em 12 de setembro de 2025

COMPARTILHE facebook share icon whatsapp share icon Twitter X share icon email share icon

“Vi muita gente viver o ápice e depois o nada, e isso me fez entender cedo onde eu estava pisando. Sempre fui pé no chão”, conta Jaffar Bambirra. Para o protagonista de Dias Perfeitos, série do Globoplay que se tornou a mais assistida da plataforma, a profissão também é uma forma de conexão com a mãe, a atriz e professora de arte dramática Nádia Bambirra, que faleceu no ano passado após uma luta contra o câncer. “Eu cuidava dela enquanto gravava Dias Perfeitos, e o trabalho foi um lugar de conexão muito forte. Dedico esse projeto a ela”, diz. “Perder minha mãe mudou completamente a forma como eu vejo o mundo. É parecido com quando alguém tem um filho: tudo passa a ser enxergado de outra maneira”.

Aos 27 anos, Jaffar vive o papel mais intenso da carreira como Téo, um homem metódico e controlador. “Criei um corpo para ele: sentava ereto, andava simetricamente. Às vezes, eu me pegava em casa andando como ele. A caracterização ajudava a me separar dele. Quando tirava o cabelo do personagem, eu sentia que voltava a ser eu.”

Além do trabalho como ator, a música também faz parte de sua trajetória – e não só o fez entrar no teatro, mas também segue viva em trabalhos autorais como o feat com Júlia Mestre na canção Kimbala. “Desde criança eu cantava pros amigos da minha mãe. A música entrou na minha veia e foi ela que me levou pras artes.”

No Trip FM, o ator reflete sobre luto, fama, masculinidade e os altos e baixos da profissão. “O nosso trabalho é muito volátil. Você pode estar fazendo o papel da sua vida hoje e ficar um ano sem atuar. Acho que minha carreira foi me dando base aos poucos, e isso me ajudou a não me deslumbrar.”

Você pode ouvir o programa no play aqui em cima, no YouTube ou no Spotify. Leia um trechinho a seguir!

Jaffar Bambirra, ator da série Dias Perfeitos, da Globoplay

Você já disse que a carreira de ator é muito volátil. Como você lida com isso?
Jaffar Bambirra. O nosso trabalho é muito volátil. Posso estar fazendo o papel da minha vida hoje e ficar um ano sem atuar. Minha carreira foi crescendo aos poucos, trabalho a trabalho, e isso me deu base para não me deslumbrar. Vi muita gente explodir de repente e depois desaparecer, então sempre tive consciência de onde estava pisando. Vi amigos da minha mãe que estavam no auge e depois sumiram, e acho que isso me preparou para não entrar em ilusões. Não foi de uma hora pra outra: eu fui construindo degrau por degrau, e isso me trouxe até aqui, num momento maior, mas com uma base sólida para seguir.

Em Dias Perfeitos, você encarou um personagem muito pesado, o Téo. Como foi mergulhar nesse papel? A primeira referência foi o livro do Raphael Montes. Ele é todo narrado da perspectiva do personagem, então eu sabia exatamente o que o Téo pensava a cada ação. Isso foi minha primeira base pra entrar na cabeça dele. Depois construí o corpo: um cara metódico, ereto, simétrico, carregando uma máscara de bom moço levada ao extremo. Às vezes me pegava em casa andando como ele, sem perceber. A caracterização também foi essencial. O cabelo do personagem, por exemplo, me ajudava a separar: quando eu tirava, voltava a ser eu. Teve dias que pedi boné pros figurinistas só pra não voltar pra casa com aquele cabelo, porque não queria carregar o Téo fora do set. E as cenas mais pesadas exigiram muito cuidado, principalmente as de violência com a Júlia. A gente já era amigo, então havia confiança e respeito, mas mesmo assim tínhamos que ter atenção pra que aquilo não deixasse marcas emocionais.

Sua mãe, Nádia Bambirra, faleceu no ano passado. Como essa perda te transformou? Perder minha mãe mudou completamente a forma como eu vejo o mundo. É como quando alguém tem um filho: tudo passa a ser visto de outra maneira. Eu cuidava dela enquanto gravava Dias Perfeitos e, depois, quando ela faleceu, já estava em Mania de Você. Foi um processo longo, duro, mas o trabalho acabou me ajudando muito. Estar no set, atuando, era também uma forma de conexão com ela. Minha mãe sempre ocupou todos os espaços de maneira muito grandiosa, e eu sinto que tudo que sou devo a ela e à minha avó. Esse projeto tem muito dela, é como uma entrega. Dedico Dias Perfeitos à minha mãe, como se dissesse: mãe, esse trabalho também é seu.

Ouça a entrevista completa no Spotify

LEIA TAMBÉM