Luiz Carlos Miéle
Ícone da boêmia, bom humor e cultura pop, o ator dá suas dicas de longevidade
Ele tem sete décadas de vida e quase seis de profissão. Começou como ator de rádio aos 12 anos, em 1950, na Excelsior, e ainda passou pelas rádios Tupi e Nacional. Na televisão, trabalhou desde seu primórdio, em canais como TV Excelsior, Tupi, Continental, Manchete, Record, SBT e Globo. Ou seja, em quase todas as emissoras do Brasil. Foi contra-regra, dublador, figurante, ator, humorista, cantor, apresentador e o que mais lhe apareceu na frente. Mas foi como diretor e produtor de programas musicais na TV e de shows na noite que ele consolidou a carreira. Ao lado do parceiro Ronaldo Bôscoli produziu espetáculos dos maiores nomes da música nacional. Gente do quilate de Sérgio Mendes, Elis Regina, Wilson Simonal e Roberto Carlos. Conviveu, e tem as histórias mais pitorescas, com a quinta-essência da música, do teatro e do esporte brasileiro. Acompanhou o nascimento da bossa nova e conta a lenda que foi ele o responsável pela sua marca registrada, a junção do banquinho com o violão. Mesmo com todo esse currículo, o que mais chama a atenção no nosso convidado de hoje, na verdade, é sua capacidade de estar no lugar certo, na hora certa. De fazer amigos, de ser boêmio e de contar boas histórias, como o fez de maneira brilhante no livro Poeira de Estrelas, lançado em 2004, e na peça Meus Amigos São um Barato que esteve em cartaz em São Paulo este ano. Estamos falando do showman Luiz Carlos Miéle, que por muito pouco não seguiu a carreira de jogador de futebol pelo Palmeiras.