André Midani: da bossa-nova ao rock
O produtor musical conta mais detalhes sobre os bastidores do mundo da música
Falar com propriedade da história da música brasileira e não falar dele é impossível, já que ele atuou de perto no surgimento dos gêneros musicais nacionais mais importantes. Por mais improvável que possa parecer, ele nasceu em Damasco, na Síria, viveu na França dos 3 aos 23 anos e foi treinado pela mãe para ser confeiteiro.
Chegou ao Brasil em 1955 e logo foi trabalhar na gravadora Odeon, onde acompanhou de perto a criação da bossa-nova. Da Odeon migrou para a Philips, que passaria a atuar como Phonogram e depois Polygram, atual Universal Music. Na Phonogram teve participação importante na invasão tropicalista e trabalhou com praticamente todos os grandes artistas de então. Depois da Phonogram foi convidado a montar a gravadora Warner no Brasil, em 1976. Além de levar para a Warner alguns artistas com quem já tinha trabalhado, foi responsável, na década de 80, pelo lançamento de algumas das mais importantes bandas de rock do Brasil, como Ira!, Ultraje a Rigor, Kid Abelha e Titãs.
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Na década de 90 mudou para Nova York, onde trabalhou como presidente da Warner na América Latina e depois presidente da Warner Internacional. Em 2000 tornou-se membro do Conselho Consultivo da gravadora e, de volta ao Brasil, atuou em outros projetos, como na ONG Viva Rio e como comissário-geral do Ano do Brasil na França.
Estamos falando de André Calixte Haidar Midani, que acaba de lançar o livro Música, Ídolos e Poder - Do Vinil ao Download, pela editora Nova Fronteira, uma biografia do autor que funciona muito bem como livro de história da música no Brasil.