Ex-pugilista, promove cidadania pelo esporte em academias criadas sob viadutos na cidade de São Paulo

Entre os mais excluídos da sociedade paulistana, ele é um mito. Reconhecido nos ônibus, nas ruas, catadores de lixo o abraçam e beijam, punguistas o respeitam, desvalidos de todo tipo o reverenciam. Ex-pugilista, ex-feirante, ex-catador de entulho, ex-segurança, Nilson Garrido, 55 anos, vive hoje para o projeto Cora Garrido, uma iniciativa informal que tem como objetivo transmitir valores básicos de cidadania por meio do esporte. Atualmente, o projeto Cora Garrido se traduz em duas academias de ginástica e de boxe, abertas a qualquer um e que funcionam sob dois viadutos na zona leste de São Paulo. Ali, exercitam-se lado a lado catadores de papel, mendigos, profissionais liberais, estudantes universitários. Dos ringues improvisados, construídos com materiais doados ou comprados com doações, já saíram vários campeões, entre eles o filho de Nilson, Fábio Garrido, hoje lutador profissional. Mas, mais do que campeões, forjaram-se ali muitos profissionais, pais, cidadãos resgatados da rua, do alcoolismo ou das drogas ilegais.