A atriz e cantora encarou
de frente suas origens,
seu corpo, sua pele
e suas certezas para
brilhar nos palcos por
mais de quatro décadas
Zezé Motta
Por: Heloisa Eterna
Crédito: arquivo pessoal/ Mujica Zezé Motta pensou em ser
costureira, como a mãe, mas
resolveu arriscar o talento
artístico que herdou do pai
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação “Ele trabalhava como
motorista durante o dia,
para ganhar dinheiro, mas
era músico erudito”, conta.
“A ideia de ser cantora veio
do meu pai, com toda certeza”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação Ela descobriu cedo sua voz,
mas primeiro ganhou os palcos
como atriz. No final da década
de 60, estreou sob direção
de Zé Celso a peça Roda Viva,
de Chico Buarque
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação Mas foi em 1976, ao interpretar
Xica da Silva, a rainha negra
que ganhou fama e fortuna ao
conquistar o coração de um
contratador de diamantes, que
Zezé virou febre nacional
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação Com o filme de Cacá
Diegues, entrou sem querer
no imaginário masculino.
“Virei símbolo sexual.
E tive problemas com isso,
porque todo mundo queria
transar com a Xica”, conta
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação “Me lembro de transarem comigo
e suspirarem dizendo assim:
‘Ah... Quando o filme se torna
realidade...’. Parece mentira,
mas ouvi isso de um cineasta”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação Desde que viveu Xica da Silva,
Zezé fez televisão, cinema,
teatro e, na música, lançou
mais de uma dezena de discos
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação Quatro décadas depois, ela
ressignifica sua relação com
o corpo e o trabalho enquanto
segue transformando as artes
no palco para militância
Crédito: arquivo pessoal/ Antonio Guerreiro “Me interessei pelo movimento
negro, mas não me entreguei
por inteiro de cara, porque
precisava me dedicar à
construção da minha carreira”,
conta, sobre o início de
sua trajetória
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação “Quando fiz o teste para Xica
da Silva, saiu uma nota assim
no jornal: ‘Quem passou no
teste foi uma negra feia,
porém exuberante’”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação Alisou o cabelo, quis operar
o nariz e viu sua mãe lavar seu
rosto com água de arroz porque
diziam que aquilo clareava
a pele antes de se dar conta
de toda a sua potência
Filha de Oxum com Iansã,
Zezé não tem medo de se
experimentar. Tampouco abre
mão de suas convicções. Mas
onde seu coração bate mais
forte: no cinema, no teatro,
na música ou na televisão?
Crédito: arquivo pessoal/
Marisa Alvarez de Lima “Fico em estado de graça
quando estou representando
ou cantando. Agora, confesso
que me sinto mais segura
cantando. Talvez seja porque
representar é um desafio
constante, cada personagem
é uma personagem”
Crédito: Alex Batista/ Trip é outra
conversa.
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