POR: CAROL ITO
imagens: @verenasmit

Estética minimalista
e provocações poéticas
marcam o trabalho da artista

VERENA SMIT:
O PODER DA
PALAVRA

Formada em fotografia
e cinema, a paulistana
Verena Smit começou
a compartilhar seus
experimentos visuais
no Instagram em 2013
“Sempre gostei de escrever
e a rede social funciona
quase como um diário, um
caderno de artista moderno”,
conta a paulistana
Foi no Instagram que uma
das facetas mais marcantes
de seu trabalho ficou
conhecida: a que explora
palavras e seus significados
para expressar emoções
“Falo sobre o que estou
sentindo e isso acaba
refletindo sentimentos
universais. A palavra
tem esse poder de
gerar identificação”
Um dos primeiros
experimentos com palavras
foi o de transformar
a palavra “lonely”
(solitário, em inglês)
em “lovely” (adorável)
“É o nome do meu primeiro
livro de fotografia, que
tem fotos de quando eu
morava em Nova York.
São palavras especiais,
que me representam”
A palavra “bloomer”
(imaturo) que se transforma
em “blooms” (florescer)
foi a primeira colaboração
da artista com a marca
Gucci, em 2015
“Foi uma campanha em que
convidaram artistas do
mundo todo para colaborar.
Tanto as palavras quanto
a moda são formas de
expressão, de liberdade”
O trabalho da artista
também transita fora
das plataformas digitais
e ocupa cada vez mais a
cidade, em lambes, faixas
neon e instalações
Em 2018, Verena colou faixas
com a palavra “pain” (dor)
em frente ao Consulado-Geral
do Brasil em Nova York,
como forma de protesto
às eleições brasileiras
“Fiquei indignada e senti
vontade de expressar
essa indignação, não
só como artista mas
como cidadã”, relembra
Outra obra exposta no
Viaduto do Chá, no centro
de São Paulo, carrega uma
mensagem de amor e luta
em tempos de pandemia
“É uma frase muito forte,
até pelo momento que
estamos passando. Achei
muito especial ocupar
um lugar cheio de
disputas como é o
Vale do Anhangabaú”

é outra
conversa.