Estética minimalista e provocações poéticas marcam o trabalho da artista
VERENA SMIT: O PODER DA PALAVRA
Formada em fotografia e cinema, a paulistana Verena Smit começou a compartilhar seus experimentos visuais no Instagram em 2013
“Sempre gostei de escrever e a rede social funciona quase como um diário, um caderno de artista moderno”, conta a paulistana
Foi no Instagram que uma das facetas mais marcantes de seu trabalho ficou conhecida: a que explora palavras e seus significados para expressar emoções
“Falo sobre o que estou sentindo e isso acaba refletindo sentimentos universais. A palavra tem esse poder de gerar identificação”
Um dos primeiros experimentos com palavras foi o de transformar a palavra “lonely” (solitário, em inglês) em “lovely” (adorável)
“É o nome do meu primeiro livro de fotografia, que tem fotos de quando eu morava em Nova York. São palavras especiais, que me representam”
A palavra “bloomer” (imaturo) que se transforma em “blooms” (florescer) foi a primeira colaboração da artista com a marca Gucci, em 2015
“Foi uma campanha em que convidaram artistas do mundo todo para colaborar. Tanto as palavras quanto a moda são formas de expressão, de liberdade”
O trabalho da artista também transita fora das plataformas digitais e ocupa cada vez mais a cidade, em lambes, faixas neon e instalações
Em 2018, Verena colou faixas com a palavra “pain” (dor) em frente ao Consulado-Geral do Brasil em Nova York, como forma de protesto às eleições brasileiras
“Fiquei indignada e senti vontade de expressar essa indignação, não só como artista mas como cidadã”, relembra
Outra obra exposta no Viaduto do Chá, no centro de São Paulo, carrega uma mensagem de amor e luta em tempos de pandemia
“É uma frase muito forte, até pelo momento que estamos passando. Achei muito especial ocupar um lugar cheio de disputas como é o Vale do Anhangabaú”