Em um encontro inusitado com Maitê Proença nas Páginas Vermelhas da Tpm em 2014, a funkeira desabafou: "Eu queria ser aceita pelas mulheres"
(baú)
Valesca Popozuda
foto: Marcos Vilas Boas / editora Trip
A carioca Valesca Santos nasceu no bairro do Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, em 1978. É mãe de Pablo, filha de Regina e trilhou o caminho mais ou menos comum entre as celebridades instantâneas que o Brasil costuma reconhecer por pouco mais de 15 minutos
Descoberta quando era frentista de um posto de gasolina (por Leandro Gomes, o Pardal, pai de seu filho), virou cantora e dançarina da Gaiola das Popozudas, foi capa de Playboy e integrou o elenco de A Fazenda em 2011
Mas foi na carreira solo que deslanchou. Com a música “Beijinho no ombro”, se consagrou como um fenômeno cultural que transita entre ricos e pobres, e que ganhou a simpatia também das mulheres com versos que considera feministas – do tipo “agora eu tô solteira e ninguém vai me segurar”
sobre a rotina de trabalho extenuante, Valesca é pragmática. “Casa faz falta, meu filho me faz falta. Mas faz parte. Eu gosto de fazer shows e a gente tem que aproveitar. Eu sempre busquei isso, desde o momento em que eu me entendi nessa coisa de artista, cantora”
“Às vezes acontecem problemas, de chorar, de achar que nada tá dando certo. Você busca tanto um foco no trabalho e fala ‘cara, nada dá certo. Onde eu tô errando?’ Como trabalho com funk, tem um pouco de preconceito. Mas tenho sentimento, coração, família”
“A letra no nosso funk é a vida das pessoas, é o dia a dia. A vida da comunidade, o que acontece na vida real. Eu sou uma mulher, então eu sei, eu sofro, eu sinto. Porque, assim, a mulher é sempre tachada como vagabunda e o homem não”
“Eu não canto, encanto. Levando alegria, né? Seduzindo de forma que as pessoas vibrem, cantem junto. Isso me dá muito prazer, eu gosto mesmo”
“Quero deixar a vida me levar até onde der. E não ter aquela coisa de homem mandando, manipulando... ‘Tá onde? Tá fazendo o quê? Traz minha comida, lava a minha cueca…’ Já passei por isso, não dá”
“As pessoas começam a gostar de você vendo sua personalidade, conhecendo o profundo. O corpo não diz nada. O que diz é a nossa verdade, a sinceridade. É o que você é, onde não consegue enganar. Agora o corpo… Não vale nada. Um dia acaba tudo, os bichos vão tudo comer”