A história da entidade que reflete sobre justiça ambiental através da arte performática agora corre o mundo no documentário "Uýra - A Retomada da Floresta"
Uýra: a floresta tem voz
Uýra Sodoma é uma entidade híbrida amazônica vivida pela artista trans indígena e bióloga Emerson Pontes
A entidade usa a arte performática para refletir sobre justiça ambiental, diversidade e reconexão com a natureza
foto: Thiago Quadrado
“Gosto de contar histórias de bichos, plantas e rios – e costurá-las às histórias de outras humanidades para além das masculinas, brancas e hegemônicas”, diz Emerson
Entre os materiais que compõem os figurinos de Uýra estão folhas, galhos, ossos, sementes, flores, terra e tintas. “Meus pincéis são como flechas”, conta
O documentário "Uýra - A Retomada da Floresta", escrito e co-produzido por Uýra Sodoma e dirigido por Juliana Curi, narra a trajetória da entidade vivida por Emerson
O filme acompanha Uýra em suas incursões pela floresta e cidades amazônicas em uma jornada de autodescoberta e de diálogo com jovens indígenas e ribeirinhos
foto: Thiago Quadrado
“A mensagem mais urgente do filme é a de que se este mundão está acabando e nós, a resistência, já estamos construindo outro. Um mundo mais florestado, digno e diverso”, pontua Emerson
O documentário levou o Prêmio Especial do Júri Categoria Liberdade no Outfest, em Los Angeles, entre outras premiações nos Estados Unidos e Europa
Além disso, têm sido exibido para comunidades amazônicas, promovendo trocas de saberes e experiências entre pessoas que atuam como guardiãs da floresta
“Muitos trabalhos que venho apresentando fora do Brasil ou mesmo dentro dele, em outras regiões fora da Amazônia, são oportunidades para conectar realidades”, explica Emerson
“Uma chance de pensarmos soluções possíveis, a partir da empatia territorial e política. Ninguém sabe tudo sozinho, então, o que me move é aprender coletivamente”, completa