Depois de enfrentar dois
diagnósticos de câncer,
Linda Rojas narra sua
jornada com a gravidez

“Tive câncer
de mama, Não
vou amamentar
E tá tudo bem”

Em 2012, aos 24 anos,
fui diagnosticada com câncer
de mama. Ninguém da minha
família teve câncer, então
foi um baque ter esse
diagnóstico naquela idade

Eu não fazia exames com
frequência. Descobri um caroço
por meio do autoexame, que,
apesar de ser importante,
deveria ser apenas um método
complementar às idas ao médico
Fiz uma adenomastectomia,
cirurgia em que a glândula
mamária é retirada, mantendo
a pele e a auréola, seguida
de sete meses de quimioterapia
e cinco anos de medicação
No meio do processo, vi que
as informações sobre o assunto
eram muito quadradas e fundei,
em 2016, o projeto Uma Linda
Janela, que oferece conteúdos
com uma linguagem jovem,
otimista e descomplicada
Com o apoio do médico,
tomei uma decisão muito
importante de retirar as
duas mamas porque não queria
passar por isso de novo
Como o tratamento do câncer
traz chances reais de
infertilidade e até menopausa
precoce, eu não tinha muita
perspectiva de engravidar.
Mas, em 2021, descobri
que estava grávida
Foi emocionante ver meu corpo
voltando a produzir saúde.
Se ele produziu dois tumores,
agora produz um coração,
duas mãozinhas, dois
pezinhos, produz vida
Amamentar não é uma opção
para mim. Não quero que nada
se reconstrua na minha mama.
Essa é a minha especificidade,
pode ser diferente para
outras mães
Às vezes, as pessoas ficam
fervorosas, me pressionando
para tentar uma amamentação
milagrosa, o que pode
prejudicar minha saúde
Médicos sugerem relactação,
em que é colocado leite
num tubinho para que
o bebê sinta que está
sugando o bico do peito
O corpo é tão poderoso
que, com esse estímulo,
pode tentar reformular
a glândula mamária com
algum resquício que sobrou
No meu caso, não
amamentar é sinônimo
de saúde e tá tudo bem.
Precisamos falar disso
com mais naturalidade

é outra
conversa.