POR: carol ito

Thalita Mara sofreu uma
trombose depois de começar
a tomar anticoncepcional e
hoje usa as redes sociais para conscientizar sobre a doença

Vida depois
da trombose

A psicóloga mineira Thalita
Mara tinha 23 anos quando
um coágulo se formou em uma
veia do seu corpo, bloqueando
o fluxo sanguíneo
O episódio conhecido como
trombose, que em casos graves
leva à morte e pode
acontecer por uma série de
fatores, a deixou com sequelas
físicas e emocionais
“No meu caso, o gatilho
foi o anticoncepcional,
que comecei a usar por
conta de um tratamento
de pele, com prescrição
médica”, conta
“Já tenho uma condição
genética que favorece a
trombose. Em geral, essa
condição é silenciosa e só
é investigada depois de um
evento trombótico, quando
o pior já aconteceu”
“Hoje faço uso contínuo
de meias compressivas e de
medicação anticoagulante.
Por muito tempo tive
problemas de autoestima e
vergonha de mostrar minhas
pernas, já que uma é mais
inchada que a outra“
“Eu olhava para a minha
perna e pensava: se o
anticoncepcional pode
causar um estrago desses,
por que é vendido de
forma tão indiscriminada
nas farmácias?”
Segundo o Ministério da Saúde,
mulheres têm mais chances de
desenvolver trombose por
estarem mais expostas a fatores
de riscos, como gestações e
uso de anticoncepcionais
Inconformada com a falta de
informação sobre o assunto,
Thalita decidiu criar o projeto
@vidaetrombose para compartilhar
experiências, após dez anos
convivendo com a doença
“Com o amadurecimento e
apoio de familiares e amigos,
comecei a mostrar minhas
pernas, a falar sobre o
assunto. Fui estudando e
ajudando outras pessoas.
Isso me fortaleceu”
Ela mantém grupos de apoio
nas redes sociais e também
lançou a própria linha
de meias compressivas
esportivas, as Meias MARA
“Você encontra meias
medicinais nas cores bege,
branca ou preta o que,
para mim, remete à doença.
Por isso criei as meias
compressivas esportivas
coloridas, até para
incentivar a prática
de exercício físico”
“Eu quero usar algo que
me remeta à vida, à alegria.
Quero viver independente
da trombose”

é outra
conversa.